#RotadoCafé: Conheça a história do Alado Coffee; sucessão, sustentabilidade e qualidade na xícara
Você já parou para pensar o quanto uma produção de café pode mudar em pouco tempo? Com tecnologia aplicada, resiliência e ajudinha climática a resposta só poderia ser única: Muito. Durante nossa viagem ao Cerrado Mineiro, para conhecer a Rota Turística do Café, o Entrelinhas do Cafezal teve a chance de voltar para uma área já vista antes, mas em um cenário completamente diferente.
A primeira vez que visitamos a Alado Coffee, para registrar os 50 anos de café no Cerrado Mineiro, o cenário era de muitos desafios: A área tinha sido atingida pela geada de 2021 e a produção era uma incerteza. Ainda assim, a família de pequenos produtores manteve o investimento em tecnologia, pós-colheita e se manteve na atividade.
Muita coisa aconteceu de lá para cá: Com uma qualidade indiscutível na xícara, o reconhecimento nacional do café produzido a poucos quilômetros de Patrocínio, também chegou. Premiações, viagens e muitas visitas marcaram os últimos anos.
Se o próposito da Rota do Café é apresentar toda a cadeia para aquele consumidor que conhece pouco ou nem faz ideia de como é a produção, o caminho trilhado está sendo positivo. Em um grupo de personalidades mistas, conhecedoras ou não desse universo, é possível notar os brilhos nos olhos de cada um.
Assim como na primeira vez, chegar na Alado Coffee é ser inserida em um universo característico das fazendas de café: comida boa, quitutes, qualidade na bebida e muita prosa. Para nós, a grata satisfação de estar novamente em uma fazenda que também é lar da família, mas é aconchego para quem chega seja pela primeira ou décima vez. Para quem está visitando pela primeira vez: A sensação de estar em casa.
A história do Alado Coffee começou com dona Geralda e seo Xisto Batista (in memorian) há muitos anos. Juntos, eles implementaram as primeiras lavouras, colheram bons frutos e formaram uma família que hoje se dedica integralmente a produção de cafés especiais.
Alan, que antes se aventurava entre as trilhas do Cerrado Mineiro, cresceu vendo o trabalho dos pais, mas só assumiu a responsabilidade quando Xisto faleceu há alguns anos. Segundo ele, mesmo sem as certificações, o pai já era referência quando o assunto é uma cafeicultura sustentável. A produção de café especial teve início de fato em 2019 para família.
"Ele sentiu o peso da responsabilidade, fez essa sucessão familiar, abandonou essa vida de aventura de correr e começou a cuidar dos cafés. Hoje o manejo é totalmente diferente, completamente diferente e temos esses resultados", contou Geralda durante nossa visita.
A área foi afetada pela seca dos últimos anos e posteriormente pela geada em 2021, a recuperação, segundo Alan, só foi possível a implementação de mais tecnologia e a adoção da irrigação. Atualmente todos os talhões estão irrigados e a expectativa agora é para o início da safra. O foco continua sendo os cafés de qualidade, que correspondem por mais de 90% da produção familiar. Em anos de bienalidade positiva, a família consegue alcançar a marca de 600 sacas com qualidade final na xícara, garantindo agregação do valor no produto final.
Você vai acompanhar nas próximas semanas, aqui pelo Entrelinhas do Cafezal, a história das fazendas que atualmente fazem parte da Rota do Café. Apesar de chamar atenção para o mercado interno, a novidade também foi apresentada ao mercado internacional durante a SpecialtyCoffee Expo, uma das feiras mais emblemáticas e importantes para o mercado do café. A apresentação foi feita pelo Governo de Minas Gerais, através da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), em parceria com o Centro Universitário UniBH, o Sebrae Minas e a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer).