China apostando no café: Luckin Coffee anuncia investimento de US$ 120 milhões e capacidade recorde de torrefação
Quando a pauta é consumo de café, os olhos do mercado global estão voltados para a China. Do outro lado do mundo, o interesse é o mesmo: A potência asiática aposta cada vez mais nos investimentos no setor cafeeiro.
Agora, a Luckin Coffee, anunciou que vai expandir os negócios com o investimento de US$ 120 milhões, que terá capacidade anual de torrefação de 30.000 toneladas, se tornando assim a maior torrefação da China. O espaço contará com o primeiro armazém de grãos verdes com tecnologia para suportar as temperaturas e umidade do país.
Os dados foram divulgados pela Comunicaffe, que destacou que a marca já deu início as operações que acontecem em Kunshan, cidade de Suzhou, na província de Jiangsu. A Luckin Coffee destaca em seus projetos o uso da tecnologia em prol do setor cafeeiro. "Capacitando assim as atualizações da indústria cafeeira chinesa com nova produtividade impulsionada pela tecnologia e liderando uma nova tendência de desenvolvimento sustentável de alta qualidade", afirma a publicação.
A marca também se destaca quando o assunto é qualidade na xícara, já que esse é um discurso defendido por seus porta-vozes e em suas ações de sustentabilidade. Com o investimento, a Luckin Coffee poderá fornecer café para as mais de 16 mil lojas espalhadas pela China atualmente.
"Ao aumentar a resiliência da cadeia de abastecimento, a Luckin pretende impulsionar ainda mais as atualizações de qualidade da indústria e apoiar a indústria cafeeira da China rumo ao reconhecimento global", afirma o portal.
A ideia é que em um só espaço os chineses passem a realizar todo o procedimento do grão à xícara. Altamente tecnológico, a marca busca estabelecer um novo padrão para controle de qualidade e para o desenvolvimento inteligente da indústria cafeeira.
Nas últimas duas décadas o consumo de café na China mais que dobrou, indo de 231 mil sacas de 60kg para 2,8 milhões em 2022. Os dados são da Organização Intgernacional do Café. Além disso, a potência asiática também ultrapassou os Estados Unidos como o maior mercado de cafeterias de marca no mundo, com 49.690 pontos de vendas, segundo a última análise do World Coffee Portal.
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CHINA X BRASIL
No Brasil, o setor encontra na China um universo de oportunidades para os cafés produzidos de norte a sul do país. Com 35 regiões reconhecidas pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o Brasil vem ganhando espaço mundo afora.
Desde o ano passado, a China aparece entre os principais compradores do produto brasileiro. O último relatório do Conselho dos Exportadores de Cafés do Brasil (Cecafé) apontou os chineses em 10º no ranking de principais importadores, com a compra de 304.575 sacas entre janeiro e março de 2023, o que representa alta de 71,11% em comparação com o mesmo período em 2023.
Em 26 de março, através de ação conduzida pela BSCA, em parceria com o escritório da ApexBrasil e o Consulado Geral do Brasil em Xangai, empresários brasileiros participaram de uma rodada de negócios na Hongqiao Import Commodity Exhibition and Trade Center, uma plataforma de exposição permanente, com estrutura para “live streaming”, dedicado à venda de produtos no mercado de e-commerce, um centro de treinamento e um laboratório de cafés.
Com a presença de 49 representantes do mercado chinês, entre compradores, influencers e mídia especializada, a ação possibilitou 119 contatos comerciais, que renderam US$ 1 milhão em negócios imediatos e a perspectiva para a concretização de mais US$ 552 mil até março de 2024.
Os empresários brasileiros também marcaram presença, entre 27 e 30 de março, na Hotelex Shanghai 2024, uma das maiores feiras do setor de hotéis, restaurantes e cafeterias (HoReCa) da Ásia, que teve dois pavilhões exclusivos para café. Foram realizados mais 232 contatos comerciais no evento, que geraram US$ 2,540 milhões de imediato e a projeção para outros US$ 2,623 milhões ao longo dos próximos 12 meses.
"Nosso serviço de inteligência identificou, há alguns anos, o forte potencial da China como consumidora de café e incluímos o gigante asiático entre os mercados-alvos do 'Brazil. The Coffee Nation'. Hoje, passamos a colher os frutos dessa acertada percepção e possibilitamos a abertura de um novo, e imenso mercado, aos associados da BSCA que integram nosso projeto com a ApexBrasil", comenta Vinicius Estrela, diretor executivo da Associação.