Exportadores e BTP buscam mitigar riscos logísticos nos embarques de café
Em 19 de abril, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Brasil Terminal Portuário (BTP), com o objetivo de apresentar e avaliar os desafios logísticos no processo de planejamento, execução e controle do fluxo de exportação até o Porto de Santos, realizaram o workshop “Logística nos embarques de café do Brasil”, voltado aos profissionais das empresas associadas à entidade.
O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, explica que o objetivo do encontro foi ampliar o diálogo, entre exportadores e terminais, com foco no aprimoramento dos processos e na mitigação de riscos nos embarques cafeeiros decorrentes dos atrasos de navios.
“Contamos com mais de 30 profissionais do departamento logístico das empresas exportadoras de café, que vieram buscar esclarecimentos com a BTP sobre os desafios logísticos atuais e a respeito de como encontrar caminhos para minimizar os gargalos na entrega de contêineres no terminal, por meio da troca de experiência, informação e aprimoramento dos trâmites”, revela.
O workshop contou com apresentação da BTP sobre processos, planejamento e publicação das informações da abertura de gate e monitoramento das escalas de navios, seguido pelas etapas subsequentes do fluxo de entrada no terminal, além de apresentar os desafios portuários e expor seus projetos de investimento e melhorias.
Pelo Cecafé, Heron trouxe um panorama do setor, com números atualizados das exportações, processos de embarque e o fluxo de café, assim como desafios e problemas identificados pelo segmento.
Houve, ainda, um diálogo sobre as questões abordadas nas apresentações e foram sugeridas propostas de ajustes e adequações de procedimentos para evitar as dificuldades nas entregas dos contêineres no terminal. Na sequência, foi realizada uma visita à BTP, que demonstrou os investimentos que já estão sendo feitos e a sua área disponível no terminal.
“Ficou muito nítida a necessidade de se ampliar a capacidade portuária, uma vez que o volume de cargas aumenta e cada vez mais os espaços são menores, bem como as imprescindíveis adequação e manutenção de calados para as grandes embarcações”, aponta o diretor técnico do Cecafé.
Segundo ele, tanto exportadores, quanto terminais devem unir esforços na criação de uma agenda positiva para levar informações às autoridades públicas, mostrando a essencialidade de investimentos e mais espaços no Porto de Santos para as cargas conteinerizadas, de maneira que sejam reduzidos os atrasos de navios e os gargalos logísticos, que geram custos inesperados e extras aos exportadores com armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e abertura antecipada de gates.
“O ponto de destaque é que Santos está operando muito próximo de sua capacidade máxima e os constantes atrasos levam os terminais a ficarem impedidos de receberem carregamentos, portanto, o Porto precisa de mais espaços para cargas conteinerizadas, cujos volumes aumentam ano após ano. Essa é a necessidade mais relevante que foi consensualizada no evento e que os participantes ficaram satisfeitos em trabalhar para buscar soluções”, conclui Heron.