Presidente do Banco Central destaca importância do crédito rural e necessidade de mais instrumentos de captação durante palestra na Cooxupé
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, esteve na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), nesta segunda-feira, 5 de junho. Na oportunidade, ele foi recepcionado pelo presidente e pelo vice-presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo e Osvaldo Bachião Filho, por membros do Conselho de Administração e diretores, além de autoridades políticas e do setor cafeeiro. Campos Neto conheceu as instalações da Cooxupé, participou de reuniões e ministrou uma palestra com o tema “Crédito Rural e Plano Safra” e, também, sobre o cenário econômico e agenda BC, pelo Seminário COOP de Economia, promovido pelos Sistemas OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras e OCEMG.
Durante a reunião, o presidente do Banco Central conheceu mais sobre a atuação da cooperativa. Além disso, recebeu um ofício da Cooxupé, que pontua as necessidades dos produtores de café.
A palestra, que aconteceu durante a tarde, contou com a presença dos gestores da cooperativa, além de autoridades e cooperados. O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, agradeceu a presença de Campos Neto e disse que era um dia muito importante para a cooperativa. Além disso, lembrou que o avô do presidente do BC, o economista Roberto Campos, tem longa história com Guaxupé por ter estudado na cidade mineira e que ele ministrou uma palestra sobre globalização no ano 2000 na Cooxupé. “Seu avô foi uma sumidade em economia e sempre nos brindou com conhecimento, informação e orientação naquele momento. Hoje, o senhor veio aqui pelo mesmo motivo, nos trazer conhecimento”, afirmou Carlos Augusto.
Importância do cooperativismo
No início da palestra, Campos Neto falou do impacto da pandemia do coronavírus na economia mundial, as formas que o Banco Central encontrou de tentar minimizar os impactos econômicos durante a emergência sanitária e comentou que o efeito colateral disso é a inflação alta e persistente para o mundo inteiro. No entanto, defendeu que as perspectivas são de melhora. “Pela primeira vez na história, o Brasil tem inflação muito menor que o mundo desenvolvido”, declarou o presidente do BC.
Para ele, o cenário mais positivo para os preços no País se deve à autonomia do BC, que se mostrou eficiente. Agora, Campos Neto defende que o principal objetivo da instituição é levar a inflação para a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Além disso, ele destacou a importância do cooperativismo e do agronegócio para o crescimento do Brasil. Campos Neto ressaltou que as cooperativas performaram melhor que os bancos durante a crise sanitária e declarou que é impressionante o que o agro tem feito pelo país. Segundo o presidente do BC, o Crédito Rural introduz a competitividade, dá instrumentos para o cooperativismo poder ter a sua captação e gera mais recursos. Ele ainda argumentou que é preciso ter mais instrumentos de captação. “A gente tem tudo para um crescimento saudável”, detalhou.
Campos Netto também abordou a agenda de tecnologia do Banco Central, com o Pix, o Open Finance e o projeto Real Digital, além da criação de um Super App (um agregador de serviços financeiros com soluções integradas). Ele ainda defendeu outras atuações da entidade, como Programa Aprender Valor, uma agenda inclusiva do BC para gerar educação financeira nas escolas, e a agenda de sustentabilidade da instituição.
“O BC tem feito muita entrega nos últimos anos. Nosso objetivo é que os diversos programas se transformem em qualidade de vida para as pessoas, que os pagamentos sejam mais ágeis e mais baratos. Passamos por um momento difícil de inflação global, que precisamos aumentar os juros, mas é importante também ver as outras agendas, como o Pix, como o microcrédito e a inovação digital. O Banco Central é um órgão técnico que faz entregas importantes à sociedade”, concluiu Campos Neto.