Incertezas com a demanda pesam e café recua mais de 3% em NY
A preocupação com a demanda global de café voltou a pesar no mercado e no início da tarde desta quarta-feira (8) as cotações recuavam mais de 3% na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
Por volta das 12h34 (horário de Brasília), maio/23 tinha queda de 635 pontos, negociado por 176,25 cents/lbp, julho/23 tinha baixa de 625 pontos, cotado por 175,65 cents/lbp, setembro/23 tinha queda de 605 pontos, valendo 174,30 cents/lbp e dezembro/23 tinha baixa de 560 pontos, valendo 172,902 cents/lbp.
Segundo análise de Fernando Maximiliano, da StoneX Brasil, o mercado monitora os indicadores de consumo, o que vem gerando grande preocupação em relação à demanda global do produto. "Nós temos dados que nos mostram que a demanda segue mais fraca, e que inclusive pode, sequer, ter recuperado os níveis pré-pandemia", comenta.
Para o analista, os números de consumo no mercado interno, divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) na semana passada ainda são digeridos pelo mercado. O relatório apontou queda de 1,01% no consumo em 2022, justificada pela inflação e a alta como resposta aos problemas climáticos que resultaram em duas safras frustradas.
Maximiliano acrescenta que para os próximos dias os números oficiais do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) serão determinantes para o mercado. Caso o Cecafé confirme queda expressiva, como antecipou a SeceX, o mercado pode fazer mais uma leitura de demanda enfraquecida. Vale lembrar que a Secex apontou embarque na casa dos milhões de sacas no mês passado.
"É claro que nós temos um cenário de menor oferta, mas essa queda não quer dizer que está faltando café neste momento, mas sim dessa demanda enfraquecida", complementa. O analista destaca que em 2022 os Estados Unidos compraram 3% a mais de café, e que apesar de positivo o volume ainda fica abaixo dos 4% esperado e volume abaixo do importado em 2019, ano de pré-pandemia e de safra com bienalidade baixa no Brasil.
Com um "sobe e desce" constante, o mercado de café continua com comercialização lenta. Além disso, segue "invertido" com o presente valendo mais que o futuro, o que também limita os negócios.