hEDGEpoint destaca em relatório relação de estoque e uso do café arábica na safra de 2023/2024

Publicado em 05/12/2022 11:26

O desenvolvimento da safra 2023/2024 no Brasil avança e o otimismo anterior do mercado é questionado, destaca a hEDGEpoint Global Markets em relatório desta semana. Porém, ainda que a safra brasileira seja protagonista, outros atores entram em cena, como a colheita 2022/2023 nos países do grupo de outubro, novas notificações de entregas e a demanda nos destinos do produto.

“Os fatores macroeconômicos e técnicos também ganharam importância, com fundos apresentando uma dinâmica semelhante a 2011”, pontua a especialista em Café da companhia, Natália Gandolphi.

Porém, apesar do movimento semelhante dos especuladores, a dinâmica de estoque/uso do arábica contrasta com a observada no ciclo 11/12, e ainda depende fortemente do desenvolvimento da safra brasileira, que deve passar por estágios-chave com o clima sob influência do La Niña.

Na última semana, o desenvolvimento da safra 23/24, no Brasil, foi questionado, dando certa força aos preços. Ainda assim, a safra brasileira é apenas um dos atores em cena, acompanhada de prováveis atrasos na colheita em áreas afetadas por um La Niña ativo -- América Central, Colômbia e Vietnã, onde as chuvas podem chegar a 600% da média para o período -- além de aumento dos estoques certificados -- liderados por Brasil e Honduras --, novos avisos para entrega do contrato de dezembro -- desta vez liderados apenas por Honduras -- e indicadores de demanda preocupantes nos EUA e Japão.

Apesar da influência desde atores em forma de fundamentos altistas e baixistas, a cena é atualmente dirigida por fundos.

A safra 2011/2012 foi marcada pelo aumento de preço para a marca de 300 c/lb seguido posteriormente por uma queda contínua nos anos seguintes, revertendo apenas quando a safra brasileira foi afetada pela seca. A relação estoque/uso vinha de uma recuperação no ciclo anterior e continuou essa recuperação.

Desta vez, no entanto, o ciclo 22/23 marca a segunda queda na relação estoque/uso do arábica, com apenas uma pequena recuperação para 23/24 -- uma recuperação, é importante notar, que ainda depende muito do desenvolvimento de uma safra brasileira que agora está mais incerta.

Com um ponto de interrogação na escala de quase 40% da produção global de café, o mercado deve apresentar volatilidade. Os preços estão mais próximos da sobrevenda do que da sobrecompra no índice de força relativa.

unnamed
unnamed (3)


"Ao longo de outubro, chuvas promissoras alimentaram o otimismo do mercado em relação à safra 23/24 no Brasil. Em nosso relatório de 28 de outubro, destacamos que, embora seja esperado um aumento em relação a 22/23, a safra de arábica não tinha potencial para atingir os níveis recordes de 20/21 -- e isso fica mais claro com o avanço no desenvolvimento”, destaca a analista de Café da hEDGEpoint, Natália Gandolphi.

“Existem algumas semelhanças importantes quando comparamos 2022 e 2011 em termos de posições de fundos e dinâmica dos spreads, mas quando se trata da relação estoque/uso do arábica, o movimento difere do visto em 2011, com aperto em 22/23 e uma recuperação ainda incerta em 23/24”, acrescenta Gandolphi.

 

Fonte: hEDGEpoint

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preço do café sobe 4% nesta terça-feira e Bolsa de NY renova máximas para cotações do arábica
Mercado cafeeiro segue em sua tendência de alta no início da tarde desta 3ª feira (26)
Chuvas regulares trazem expectativa de uma boa safra de café em Minas Gerais, diz presidente da Faemg
Mapa divulga marcas e lotes de café torrado desclassificados para consumo
Após fortes altas, mercado cafeeiro inicia 3ª feira (26) com ganhos moderados e realização de lucros
Café em alta: novo recorde em exportação sinaliza que mundo abraça cada vez mais os grãos de Minas
undefined