Em semana marcada por queda nos estoques, exportação e clima no BR, café encerra com valorização
O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com valorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). A sexta-feira (12) chegou ao fim com valorização de 1,30%, o equivalente a mais de 200 pontos. Mesmo com a semana marcada pela alta, o produtor brasileiro quase não participa do mercado. Ainda colhendo a safra 22, o produtor faz negócios a medida que precisa de caixa e opera pouco no mercado futuro.
Dezembro/22 avançou 285 pontos, negociado por 222,40 cents/lbp, março/23 teve alta de 240 pontos, valendo 217,55 cents/lbp, maio/23 teve alta de 225 pontos, valendo 214,75 cents/lbp e julho/23 teve alta de 230 pontos, cotado por 212,60 cents/lbp.
De acordo com análise do site internacional Barchart, o café continua tendo suporte nas preocupações com as condições climáticas no Brasil. "Os preços do café na sexta-feira viram o suporte contínuo das condições secas no Brasil. A Somar Meteorologia informou na segunda-feira que Minas Gerais não recebeu chuva na semana passada, ou 0% da média histórica", destacou a publicação.
Acompanhando a colheita no Brasil, que chegou em 71% nas áreas de atuação da Cooxupé, analistas afirmam que o cenário continua sendo de fundamentos sólidos principalmente pela quebra de safra no Brasil e também na Colômbia. Além disso, a queda dos estoques certificados na ICE ajuda a manter a tendência de alta para o café. A atualização da quinta-feira (11) informou 571.905 sacas, o menor nível dos últimos 23 anos. Com as condições financeiras atuais e os preços praticados para o café certificado, analistas não apostam em uma recuperação no longo curto prazo.
A semana também foi marcada por dados de exportação do Brasil. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país exportou 2,5 milhões de sacas no mês passado, 15% a menos que no mesmo período no ano passado. A baixa é justificada pelo atraso na entrada da safra brasileira, maior demanda pelo conilon no mercado interno e os gargalos logísticos que persistem.
Em Londres, a semana também encerrou com valorização para o café conilon. Novembro/22 teve alta de US$ 38 por tonelada, negociado por US$ 2261, janeiro/23 registrou alta de US$ 41 por tonelada, negociado por US$ 2228, março/23 teve alta de US$ 41 por tonelada, negociado por US$ 2195 e maio/23 teve valorização de US$ 40 por tonelada, negociado por US$ 2184.
No Brasil, o dia foi marcado com alta em algumas das principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,54% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.320,00, Poços de Caldas/MG teve valorização de 0,75%, negociado por R$ 1.340,00, Machado/MG teve alta de 2,62%, cotado por R$ 1.370,00 e Franca/SP manteve a estabilidade por R$ 1.330,00
O tipo cereja descascado teve alta de 1,46% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.394,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 0,70%, cotado por R$ 1.430,00, Patrocínio/MG registrou queda de 0,36%, negociado por R$ 1.385,00, Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 1.400,00 e Campos Gerais/MG manteve por R$ 1.430,00.