Café volta a sentir a pressão do financeiro e encerra com mais de 400 pontos de queda em NY

Publicado em 17/06/2022 17:02
Semana foi marcada por intensa volatilidade e preocupação com oferta brasileira

O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com recuo expressivo para os principoais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US) após mais uma dia de bastante aversão ao risco no setor financeiro. 

Setembro/22 teve queda de 440 pontos, negociado por 227,40 cents/lbp, dezembro/22 registrou baixa de 445 pontos, cotado por 226,30 cents/lbp, março/23 teve queda de 450 pontos, negociado por 224,60 cents/lbp e maio/23 teve baixa de 440 pontos, valendo 223,15 cents/lbp. 

A sexta-feira foi marcada por temor com desaceleração da economia global, o que pesou nas commodities agrícolas, inclusive fazendo o petróleo despencar quase 8% no pregão. 

"Um fator negativo para os preços do café é um aumento na oferta de café dos EUA depois que a Green Coffee Association informou na quinta-feira que os estoques de café verde dos EUA em maio subiu recente", destacou a análise do site internacional Barchart. 

A quantidade de café verde armazenado nos portos dos Estados Unidos, o maior consumidor mundial da bebida, subiu 97.125 sacas de 60 quilos no final de maio, ultrapassando 6 milhões de sacas. 

No Brasil, o setor segue acompanhando a evolução da colheita, que de acordo com o setor está atrasada em relação aos últimos anos. Já para a Fundação Procafé, em destaque no Notícias Agrícolas, a grande preocupação não é com atraso dos trabalhos no campo, mas sim com a quantidade de café existente no café que está ainda mais baixo do que era esperada. 

Com relação ao futuro dos preços de café, analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas mantêm a opinião de que o cenário é para preços com fundamentos sólidos até, pelo menos, que o mercado entenda o real tamanho da safra brasileira. Os fatores externos, em dias como esta sexta-feira por exemplo, continuam no radar e mantêm o café com volatilidade acentuada. 

O dólar também avançou frente ao real com alta de 2,33% e encerrando a semana por R$ 5,14 na venda. O dólar em alta tende a pressionar as cotações no mercado futuro. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou com desvalorização, após abrir o dia com estabilidade. Setembro/22 teve queda de US$ 25 por tonelada, negociado por US$ 2079, novembro/22 teve baixa de US$ 23 por tonelada, cotado por US$ 2074, janeiro/23 teve queda de US$ 22 por tonelada, valendo US$ 2059 e março/22 encerrou com baixa de US$ 22 por tonelada, valendo US$ 2049. 

No Brasil, o mercado físico acompanhou o dia de alta para o dólar e encerrou com valorização nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,10% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.375,00, Varginha/MG teve alta de 1,46%, cotado por R$ 1.390,00, Campos Gerais/MG teve alta de 1,09%, valendo R$ 1.385,00 e Franca/SP teve alta de 1,46%, negociado por R$ 1.390,00. 

O tipo cereja descascado teve alta de 1,04% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.464,00, Campos Gerais/MG teve alta de 1,05%, cotado por R$ 1.445,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 1.460,00, Patrocínio/MG por R$ 1.350,00 e Varginha/MG por R$ 1.450,00. 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Safra é mais rápida, mas rendimento no Brasil preocupa e cotações avançam
Sebrae Minas, Senai e Expocacer assinam parceria que beneficiará cafeicultores do Cerrado Mineiro
Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços