Depois de seca e geada, chuva de granizo castiga parte do parque cafeeiro em Nova Resende

Publicado em 29/03/2022 11:46 e atualizado em 29/03/2022 14:07
Levantamento de danos ainda está sendo feito, mas impacto traz mais preocupação nas safras 22 e 23 da região

Depois de passar pela seca intensa dos últimos dois anos e pela geada, alguns produtores de café tipo arábica na região de Nova Resende, em Minas Gerais, foram atingidos por uma intensa queda de granizo na tarde da última segunda-feira (28). As imagens das pedras foram compartilhadas nas mídias sociais, trazendo mais preocupação para o setor produtivo de café do Brasil. 

Segundo Ronaldo Ferreira Cardoso, presidente do Sindicato Rural de Nova Resende, a chuva foi de fato intensa, aumentou a preocupação do produtor que há dois anos convive com os problemas climáticos, mas ainda não é possível contabilizar os danos na produção da safra 22. Ronaldo destaca que na manhã desta terça-feira (29) os produtores foram a campo para avaliar as condições do parque cafeeiro. "A chuva de granizo não tem um raio muito grande, mas as áreas atingidas tiveram intensidade. Danificou bastante as folhas, teve produtor registrando o café inteiro desfolhado, derrubando os frutos", afirma ao Notícias Agrícolas. 

Veja fotos registradas após a chuva da última segunda-feira (28): 
 

Além da queda dos frutos, preocupação na produção deste ano, a queda de granizo pode prejudicar de certa forma a evolução da safra de 2023 - estimada como possível recuperação para o produtor de café nas mais diversas áreas de produção do Brasil. "O pessoal está fazendo esse levantamento, aplicação de cicatrização das folhas porque a chuva de granizo, a partir do momento que danifica a planta acaba também facilitando a entrada de doenças", afirma. 

A florada da safra 22 foi muito irregular na região de Nova Resende. Repetindo o cenário observado em outras áreas, apesar da florada generalizada o pegamento ficou fora do ideal com as chuvas ainda irregulares no ano passado. Por conta disso, a expectativa de produção na área, segundo Ronaldo, é incerta. Para os produtores que conseguiram driblar de certa forma os impasses climáticos, o presidente destaca expectativa de produção entre 20 e 30 sacas por hectare. Após a geada muitos produtores precisaram optar pela poda na região, o que limitou a produção atual, mas traz melhores expectativas para o ano que vem. 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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