Café tem leve recuperação nesta 6ª, mas semana foi marcada por pressão nos preços com guerra no Leste Europeu

Publicado em 04/03/2022 17:39
Consumo pesou muito nas cotações e produtor viu preços cair expressivamente nos últimos dias

O mercado futuro do café arábica encerrou o último pregão desta semana com ajustes técnicos para os preços. As cotações chegaram a registrar valorização acima de 300 pontos, mas encerram o dia com altas de 135 pontos nos principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). 

Maio/22 teve alta de 135 pontos, negociado por 224,25 cents/lbp, julho/22 teve valorização de 135 pontos, cotado por 223 cents/lbp, setembro/22 registrou alta de 140 pontos, valendo 221,95 cents/lbp e dezembro/22 teve alta de 125 pontos, valendo 220,20 cents/lbp. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou com leve recuperação. Maio/22 teve alta de US$ 25 por tonelada, valendo US$ 2038, julho/22 registrou valorização de US$ 22 por tonelada, cotado por US$ 2013, setembro/22 tteve alta de US$ 19 por tonelada, negociado por US$ 2009 e novembro/22 teve valorização de US$ 17 por tonelada, valendo US$ 2007. 

A semana foi marcada por forte queda nas cotações do café. O mercado recuou mais de 2000 pontos desde que a guerra entre Rússia e Ucrânia começou há nove dias. O cenário é de bastante preocupação com o consumo da bebida no Leste Europa. Segundo dados da Associação Brasileira de Café Solúvel (ABICS) mais de uma semana após o início do conflito, o cenário já é de bastante incerteza e de problemas com o pagamento de café solúvel já embarcado, preocupação com o futuro e com o consumo da bebida. 

A Rússia é o segundo maior importador de café solúvel do Brasil, enquanto a Ucrânia ocupa a sétima posição no ranking. Os dois países juntos tem participação de 13,3% do total das exportações de café solúvel, com cerca de 540 mil sacas por ano e receita cambial de aproximadamente US$ 100 mi por ano. 

No Brasil, os analistas são enfáticos em afirmar que os fundamentos próprios do café continuam sólidos, considerando a quebra de safra do Brasil, problemas climáticos na Colômbia e queda dos estoques certificados na ICE. Os fatores externos, no entanto, devem continuar influenciando os preços até que os dois países entrem em acordo no Leste Europeu. 

No Brasil, o mercado físico também teve um dia de leve recuperação nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 0,76% em Guaxupé/MG, valendo R$ 1.320,00, Araguarí/MG teve de alta de 0,78%, valendo R$ 1.290,00, Varginha/MG teve alta de 1,14%, cotado por R$ 1.335,00 e Franca/SP manteve a estabilidade por R$ 1.320,00. 

Já o itpo cereja descascado teve queda de 0,71% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.390,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 3,45%, negociado por R$ 1.400,00, Varginha/MG teve alta de 1,07%, valendo R$ 1.415,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 0,72%, negociado por R$ 1.393,00. 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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