Preocupação com a demanda volta ao radar e arábica encerra semana com recuo de 6% em NY
Em um dia marcado pela preocupação com a nova variante da Covid-19, o mercado futuro do café arábica encerrou as cotações com desvalorização de 3,16%, o equivalente a mais de 700 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). + Com aproximação do inverno no Hemisfério Norte, principal preocupação para o mercado de café volta a ser o gargalo logístico
Março/22 teve queda de 760 pontos, valendo 232,60 cents/lbp, maio/22 tinha queda de 730 pontos, cotado a 232,35 cents/lbp, julho/22 teve queda de 690 pontos, valendo 231,85 cents/lbp e setembro/22 teve baixa de 655 pontos, valendo 230,20 cents/lbp.
"Os preços do café caíram nas últimas duas sessões por longas pressões de liquidação provocadas pela preocupação de que a rápida disseminação da nova variante da Covid omicron levará a bloqueios globais e restrições de viagens que fecham cafeterias e restringem a demanda por café", destaca análise do site internacional Barchart. Ainda de acordo com a publicação, Israel e Japão já fecharam suas fronteiras para visitantes estrangeiros, e outros países impuseram restrições a viagens. Um estudo de um cientista japonês mostra que a variante omicron é mais de quatro vezes transmissível do que a variante delta.
Com as baixas de ontem e hoje, mesmo atingindo a máxima em 10 anos no início da semana, o contrato referência março/22 recuou 6,59% no mercado futuro. Segundo Eduardo Carvalhaes, apesar das baixas, o cenário continua sendo de valorização para o café no médio prazo. As condições das lavouras brasileiras preocupam o analista, além dos impasses logísticos que o mercado monitora e que devem continuar impactando os embarques do Brasil.
"Nessa semana todas as notícias que foram aparecendo são de preocupação com a safra do Brasil, não vi uma notícia ou razão que justifique essa baixa de hoje", comenta o especialista. Além das condições atuais do parque cafeeiro no Sudeste do Brasil, as fortes chuvas que atingiram a área de produção de conilon nos últimos dias aumentam ainda mais as preocupações com a oferta do Brasil. "
Na Bolsa de Londres, o conilon também teve um dia de desvalorização. Março/22 teve queda de US$ 15 por tonelada, valendo US$ 2291, maio/22 teve queda de US$ 12 por tonelada, valendo US$ 2258, julho/22 registrou baixa de US$ 10 por tonelada, valendo US$ 2248 e setembro/22 teve baixa de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 2246.
No Brasil, o mercado interno acompanhou e também encerrou com desvalorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 2,73% em Guaxupé/MG, valendo R$ 1.425,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 2,70%, valendo R$ 1.440,00, Araguarí/MG teve baixa de 2,07%, valendo R$ 1.420,00, Varginha/MG teve baixa de 1,33%, valendo R$ 1.480,00, Campos Gerais/MG teve baixa de 2,11%, negociado por R$ 1.438,00 e Franca/SP teve baixa de 2,67%, valendo R$ 1.460,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 2,55% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.528,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 2,55%, valendo R$ 1.530,00. Varginha/MG teve baixa de 1,27%, valendo R$ 1.560,00 e Campos Gerais/MG registrou baixa de 2,03%, valendo R$ 1.498,00.