Café: Com fundamentos firmes e muita preocupação, arábica encerra com mais de mil pontos de alta
A terça-feira (23) foi mais um dia de expressiva valorização para o mercado futuro do café arábica. Com as preocupações com a oferta global do grão aumentando a cada dia, os contratos avançaram mais de 1000 pontos neste pregão, o equivalente a 4,65% nas principais referências.
Março/22 teve alta de 1075 pontos, valendo 242,05 cents/lbp, maio/22 teve alta de 1025 pontos, negociado por 241,55 cents/lbp, julho/22 registrou valorização de 990 pontos, valendo 241,10 cents/lbp e setembro/22 teve alta de 965 pontos, negociado por 240,65 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon, mesmo com a colheita no Vietnã, também teve um dia de expressiva valorização. Janeiro/22 teve alta de US$ 46 por tonelada, valendo US$ 2297, março/22 teve alta de US$ 36 por tonelada, valendo US$ 2234, maio/22 registrou alta de US$ 26 por tonelada, valendo US$ 2201 e julho/22 teve alta de US$ 23 por tonelada, valendo US$ 2196.
Ultrapassando os 2,40 cents/lbp, o mercado rompe um nível técnico importante e mais uma vez sustentado pelas inúmeras dúvidas que rondam o setor. De acordo com Haroldo Bonfá, analista de mercado da Pharos Consultoria, o mercado continuará pautado pelo clima, dos problemas logísticos e a variação cambial. "Muita coisa ainda vai acontecer até termos mais confiança no mercado. Precisamos prestar atenção porque o mercado está fazendo novos recordes de preços nominais. Lá fora o mercado segue travado, a espera de mais definição", afirma.
No Brasil, acompanhando as condições do parque cafeeiro de perto, produtores, especialistas e demais elos do setor afirmam que o cenário ainda é muito nebuloso. A preocupação com a florada, que aparentemente não vingou nas principais áreas de produção do país, continua no radar do mercado. Eduardo Carvalhaes afirma que o cenário continua sendo de muita irregularidade climática e o cenário para safra 22 poderá ser avaliado com mais nitidez a partir de fevereiro.
Além do Brasil, as condições climáticas nos demais países produtores também preocupam o setor. Caso o La Niña se confirme nos próximos meses, além do risco de comprometer o enchimento de grãos da safra 22, o excesso de chuvas na Colômbia e no Vietnã pode comprometer a qualidade do café nos dois países.
No Brasil, o mercado interno acompanhou e encerrou com valorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 5,79% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.481,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,83%, valendo R$ 1.390,00, Varginha/MG teve valorização de 5,63%, cotado a R$ 1.500,00 e Franca/SP teve alta de 6,38%, negociado por R$ 1.500,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 4,66% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.573,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,72%, valendo R$ 1.480,00 e Varginha/MG teve alta de 4,73%, valendo R$ 1.550,00.