Pela primeira vez, seminário reúne representantes de todas as Indicações Geográficas de Café registradas no Brasil
Representantes das 13 Indicações Geográficas (IG) de Café existentes no Brasil se reúnem nesta quinta-feira (23) para discutir o aperfeiçoamento do modelo de registro de origem do produto. Produtores, técnicos, gestores, empresários, estudantes e equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também participam da programação do 1º Seminário de Indicações Geográficas de Café, que pode ser acompanhado online em tempo real pelo Youtube.
Em uma mensagem em vídeo, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou a intrínseca relação do Brasil com o café não apenas em questões produtivas, de consumo e exportação, como também históricas e sociais.
O objetivo do 1º Seminário de IGs de Café é aproximar ideais e ações relacionadas ao produto a partir dos diversos atores da cadeia produtiva e industrial. “Aqui formaremos conexões, sendo um relevante meio de disponibilização de informações no intuito de fortalecer e criar laços para o avanço do tema e oportunidades no setor”, ressalta o reitor do Instituto Federal do Sul de Minas, Marcelo Bregagnoli.
O 1º Seminário de Indicações Geográficas de Café é realizado pelo Mapa, Instituto Federal do Sul de Minas e Sebrae Nacional, a partir de solicitação das IGs de Café.
IGs de Café
O café produzido em uma região de IG possui atributos únicos em relação ao modo de produção, com qualidade superior desde a forma em que é cultivado, colhido, como no aspecto do grão, na procedência, no tipo de preparo, na variedade e em relação à uma história construída, que chega até a mesa do consumidor levando o prazer de uma bebida diferenciada.
“Essa identificação geográfica fala pelos produtores de café, como um sobrenome. Isso agrega valor com a percepção de qualidade da região”, complementa o presidente do Sebrae, Carlos Melles, na abertura do evento.
Atualmente, existem 13 IGs de café registradas, somando uma região produtora de 419 municípios nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rondônia, Paraná e Bahia.
Indicação Geográfica
O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how ou savoir-faire).
Desta forma, a IG, além de identificar o produto, no caso o café, valoriza o modo de produção da região, as tradições dos povos, além de fortalecer a economia local, inclusive, com o incremento do turismo gastronômico.
O registro é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), mas a estruturação dos processos de IGs agropecuárias conta com relevante atuação do Mapa, por meio da coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários, em conjunto com as Divisões de Desenvolvimento Rural (DDR) das Superintendências Federais de Agricultura nos estados (SFAs). O objetivo é fomentar o uso da IG e da marca coletiva como ferramentas de desenvolvimento rural das regiões produtoras.
Por isso, a coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Mapa, Débora Santiago, reforça que o Mapa tem atuado fortemente na valorização dos territórios e na estruturação das IGs agropecuárias.
Como forma de reforçar a valorização dos produtos com o reconhecimento de origem, em breve, será lançado, o Selo Brasileiro de IG, que contribuirá para fortalecer as Indicações Geográficas entre os consumidores e o público em geral, bem como para a promoção das regiões reconhecidas como Indicações Geográficas e valorização de seus respectivos produtos e serviços.
O Selo Brasileiro de Indicações Geográficas é fruto de trabalho desenvolvido pelo Mapa em parceria com o Sebrae, Ministério da Economia e INPI.