Sem chuva e com dólar em queda, arábica sobe mais de 2% na Bolsa de Nova York
Sem previsão de chuva suficiente para recuperar o estresse hídrico no parque cafeeiro e com a valorizção do real ante ao dólar, as cotações voltaram a subir mais de 2% no pregão desta terça-feira (24) na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
Por volta das 12h13 (horário de Brasília), dezembro/21 tinha alta de 470 pontos, valendo 186,60 cents/lbp, dezembro/21 tinha valorização de 470 pontos, cotado a 186,55 cents/lbp, março/22 tinha alta de 445 pontos, valendo 189,05 cents/lbp e maio/22 tinha alta de 455 pontos, valendo 190,25 cents/lbp.
De acordo com o analista Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria, os preços voltam a subir diante da falta de chuvas no Brasil. "A chuva não será suficiente e por isso o mercado está reagindo. Além disso, a valorização do real também na subida de hoje", comenta ao Notícias Agrícolas.
O setor cafeeiro aguarda neste momento pelo retorno efetivo das chuvas entre setembro e outubro para saber o real impactos das geadas e levar certo alívio ao estresse hídrico observado em todo parque cafeeiro. Uma chuva sem continuidade, no entanto, poderia trazer ainda mais problema para a florada da safra 22, que já sente os impactos climáticos.
Na Bolsa de Londres, a alta é ainda mais expressiva e a principal referência sobe mais de 3%. Novembro/21 tinha alta de US$ 61 por tonelada, valendo US$ 1973, janeiro/22 registrava alta de US$ 40 por tonelada, valendo US$ 1942, março/22 era negociado por US$ 1907, com valorização de US$ 21 por tonelada e maio/22 tinha alta de US$ 10 por tonelada, valendo US$ 1887.
No caso do conilon, além do dólar e da falta de chuva no Brasil, o setor também acompanha a pandemia no Vietnã. A cidade de Ho Chi Min entrou em lockdown na tarde de ontem, o que pode comprometer ainda mais a oferta do grão - que já sentia os impactos dos gargalos logísticos.
Às 12h19 (horário de Brasília), o dólar registrava queda de 2,15% e era cotado por R$ 5,27 na venda. "O dólar caía frente ao real nesta terça-feira, com a perspectiva de juros mais atrativos no Brasil, movimentos de realização de lucros e um clima benigno no exterior compensando, pelo menos por ora, constantes ruídos políticos e fiscais domésticos", destacou a análise da agência Reuters.