Em dia de ajustes nos preços e de aumento nos estoques, café encerra com desvalorização
O mercado futuro do café arábica teve um dia de desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US) e encerra a terça-feira (17) com baixa de 2,28% no exterior.
As principais referências registraram queda de 425 pontos. Setembro/21 encerrou valendo 178,95 cents, dezembro/21 negociado por 182 cents/lbp, março/22 encerrou valendo 184,75 cents/lbp e maio/22 valendo 185,70 cents/lbp.
O mercado foi pressionado depois que a Green Coffee Association (GCA) informou aumento de 5,1% nos estoques de café verde dos Estados Unidos, principal comprador de café brasileiro. Os estoques de café verde nos portos dos Estados Unidos avançaram em quase 300 mil sacas entre o final de junho e o final de julho, volume acima da marca de 6 milhões de sacas pela primeira vez desde outubro.
O aumento de 294.885 sacas também foi o maior aumento mensal em estoques desde maio de 2020, quando os Estados Unidos estavam adotando as duras medidas de distanciamento social para lidar com a pandemia do coronavírus, o que incluiu o fechamento de cafeterias.
Apesar do recuo, no Brasil, analistas seguem apontando cenário de preços firmes e de desafio para o setor. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Marcus Magalhães, destacou que apesar da expressiva valorização nos últimos 20 dias, com problemas na logística e com o clima, o produtor pouco pode aproveitar os preços.
"Eu não consigo vislumbrar ciclos de baixa no café tão cedo porque nenhuma origem é capaz de suprir o buraco que o Brasil vai deixar por dois ciclos (21/22). O único país que tem força para mudar o cenário cafeeiro é o Brasil e nós não temos hoje estoques oficiais, não temos estoques privados abundantes. A gente tem um mar de perguntas e um mar de desafios", comenta.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon encerrou com leves baixas. O café conilon tem o apoio da oferta reduzida de café robusta do Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta. A escassez de contêineres na Ásia limitou as exportações de café conilon do Vietnã.
Setembro/21 teve baixa de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 1839, novembro/21 teve queda de US$ 8 por tonelada, cotado a US$ 1845, janeiro/22 teve baixa de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1841 e março/22 teve desvalorização de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 1839.
No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e também teve um dia de desvalorização.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 1,87% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.052,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,95%, valendod R$ 1.047,00, Patrocínio/MG teve desvalorização de 3,15%, valendo R$ 1.075,00, Araguarí/MG teve queda de 0,94%, cotado a R$ 1.050,00, Varginha/MG teve recuo de 1,84%, valendo R$ 1.065,00, Campos Gerais/MG teve baixa de 1,87%, valendo R$ 1.052,00 e Franca/SP teve queda de 2,78%, valendo R$ 1.050,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 1,78% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.103,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,85%, valendo R$ 1.167,00, Patrocínio/MG recuou 3,88%, valendo R$ 1.115,00, Varginha/MG teve baixa de 1,75%, valendo R$ 1.125,00 e Campos Gerais/MG teve baixa de 1,77%, negociado por R$ 1.112,00.