Abic pede ação de indústrias de café do Brasil diante de disparada no preço
SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) indicou em comunicado enviado a associados que estes precisam se posicionar junto ao varejo diante da alta da commodity, citando uma disparada no valor pago pela matéria-prima ao longo deste ano, em momento em que o registro de fortes geadas afeta as perspectivas de produção de café no Brasil.
A nota, cujo teor foi confirmado pela entidade à Reuters nesta quarta-feira, afirma que a indústria do café enfrenta alta média de 82% no valor pago pela matéria-prima entre dezembro de 2020 e julho de 2021, enquanto nas prateleiras o reajuste médio do produto seria de 15,9%.
Segundo a Abic, o posicionamento de associados junto ao varejo deve levar em conta a sustentabilidade do negócio, "mesmo que momentaneamente exija sacrifício no faturamento".
"Algumas empresas, inclusive as líderes de mercado, já se pronunciaram e estão divulgando seus reajustes", disse a Abic aos associados.
"A entidade convoca a todos a revisar seus custos, montar sua estratégia e com coragem apoiarem esta iniciativa, pois, sem reajuste, a viabilidade do negócio ficará muito comprometida."
Números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que apenas em julho o preço do café arábica em São Paulo já subiu 25%, diante dos impactos das geadas à produção brasileira.
(Reportagem de Ana Mano e Roberto Samora; texto de Gabriel Araujo)