Com protestos longe do fim, mercado global começa a suspender compras de café da Colômbia
O mercado de café segue acompanhando de perto os problemas enfrentados pelo produtor da Colômbia, que há mais de um mês vive uma onda de protestos e violência, sem conseguir manter os contratos e entregar o café ao mercado internacional. Roberto Velez Vallejo, porta-voz da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), afirmou na última terça-feira (9) que o segundo maior produtor de café arábica do mundo já começou a ser notificado pela falta de entrega da mercadoria.
"Na semana passada, fomos oficialmente notificados por alguns clientes no exterior que nos informam que suspenderão o uso do café colombiano devido a atrasos e não conformidades. Avisamos desde o primeiro dia dos bloqueios: “eles estão destruindo o que levou anos para ser construído”, publicou em sua conta oficial no Twitter.
Assista ao novo vídeo enviado pela FNC ao Notícias Agrícolas:
Roberto Velez Vallejo, porta-voz da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) Fonte: FNC
Também de acordo com a FNC, desde o início da paralisação dos embarques, em 28 de abril, pelo menos 800 mil sacas de café deixaram de chegar ao mercado externo, impactando diretamente na oferta global de café. Em vídeo enviado ao Notícias Agrícolas, na semana passada, o porta-voz afirmou que a partir do momento que os embarques forem normalizados, a Colômbia deve levar, pelo menos, quatro meses para voltar ao ritmo ideal de embarques.
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Afirma ainda que a paralisação nos embarques deve comprometer a entrada de, pelo menos, 500 milhões de dólares no país. "O mais complexo é a reputação da Colômbia. Esse café que não se pode exportar não chega às indústrias, que precisam desse produto e devem comprar de outras origens para atender o consumidor final", comenta.
O mercado de café acompanha de perto os problemas e a Bolsa de Nova York (ICE Future US) responde ao problema de oferta global com valorização nos preços. Os contratos já são negociados acima de 160 centavos de dólar por libra-peso. Vélez afirma que os preços atuais são os mais atrativos para o produtor colombiano, que não consegue aproveitar os bons preços devido a severa crise humanitária que atinge o país.
De acordo com a rádio local "Caracol", o país vive nesta quarta-feira (9) mais um dia de protestos que fazem parte das mobilizações que rejeitam algumas medidas do governo e a atual situação dos colombianos.
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