Café: Números da OIC pressionam e Nova York tem quedas expressivas no arábica

Publicado em 04/02/2021 12:10
Analista destaca que movimento é natural do mercado, mas não deve mudar a tendência de alta para o café no longo prazo

Após abrir o pregão com estabilidade, o mercado futuro do café arábica passou a registrar baixas expressivas para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Analista destaca que números da Organização Internacional do Café (OIC) deram suporte de baixas para o mercado futuro. 

 

Por volta das 12h02 (horário de Brasília), março/21 tinha queda de 350 pontos, valendo 120,45 cents/lbp, maio/21 também tinha queda de 350 pontos, negociado por 122,55 cents/lbp, julho/21 também registrava queda de 350 pontos, negociado por 124,55 cents/lbp e setembro/21 tinha desvalorização de 335 pontos, valendo 126,55 cents/lbp. 

 

O analista de mercado, Eduardo Carvalhaes, chama atenção para os números da OIC. Durante o último pregão, a Organização divulgou um aumento de 5,26 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2020/21, superando o excedente de 4,14 milhões de sacas observado na temporada 2019/2020. 
 

Segundo a OIC, a produção deve alcançar 171,89 milhões de sacas, alta de 1,9% em relação à temporada anterior, enquanto que o consumo foi projetado em 166,62 milhões de sacas, avanço de 1,3%.

"Claro que esses números influenciam de alguma maneira, mas com os problemas climáticos ninguém sabe ainda o que vai acontecer daqui pra frente", comenta Carvalhaes. O analista reforça ainda que a queda pode ser considerada um movimento natural de mercado, mas que não significa que deve mudar a tendência de valorização para os preços do café no longo prazo. 

"O clima instável é ruim para qualquer cultura, e nesse ano para o café é ainda mais preocupante. Nós tivemos a seca, mas e esse ano acontecer novamente? O momento é ainda mais crítico para o café", comenta. 

É importante ressaltar que o primeiro levantamento da Conab prevê uma quebra entre 32% e 39% na produção do arábica neste ano, levando em consideração o ciclo de baixa e os problemas climáticos no ano passado. Apesar do retorno das chuvas, especialistas destacam que as precipitações não recuperam mais os danos nos cafezais e que as consequências das altas temperaturas poderão ser sentidas também na safra de 2022, que tradicionalmente seria de ciclo alto para o Brasil. 

"O que são 5 milhões de sacas levando em consideração que o maior produtor enfrenta grandes problemas climáticos? E isso não é apenas no Brasil, mas também em outros importantes polos produtores de café. O cenário de consumo e produção ainda é muito apertado", acrescenta. 

 
 
Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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