Café: Números da OIC pressionam e Nova York tem quedas expressivas no arábica
Segundo a OIC, a produção deve alcançar 171,89 milhões de sacas, alta de 1,9% em relação à temporada anterior, enquanto que o consumo foi projetado em 166,62 milhões de sacas, avanço de 1,3%.
"Claro que esses números influenciam de alguma maneira, mas com os problemas climáticos ninguém sabe ainda o que vai acontecer daqui pra frente", comenta Carvalhaes. O analista reforça ainda que a queda pode ser considerada um movimento natural de mercado, mas que não significa que deve mudar a tendência de valorização para os preços do café no longo prazo.
"O clima instável é ruim para qualquer cultura, e nesse ano para o café é ainda mais preocupante. Nós tivemos a seca, mas e esse ano acontecer novamente? O momento é ainda mais crítico para o café", comenta.
É importante ressaltar que o primeiro levantamento da Conab prevê uma quebra entre 32% e 39% na produção do arábica neste ano, levando em consideração o ciclo de baixa e os problemas climáticos no ano passado. Apesar do retorno das chuvas, especialistas destacam que as precipitações não recuperam mais os danos nos cafezais e que as consequências das altas temperaturas poderão ser sentidas também na safra de 2022, que tradicionalmente seria de ciclo alto para o Brasil.
"O que são 5 milhões de sacas levando em consideração que o maior produtor enfrenta grandes problemas climáticos? E isso não é apenas no Brasil, mas também em outros importantes polos produtores de café. O cenário de consumo e produção ainda é muito apertado", acrescenta.