Ferrugem no café: Situação é controlada, mas produtor precisa seguir com tratos culturais para evitar prejuízos em 2021/22
Assim como aconteceu no Sul de Minas Gerais, os volumes de chuvas em alguns pontos da região produtora de café do Cerrado Mineiro também ficaram abaixo do que era esperado para o mês de março. Os dados foram coletados e divulgados no site oficial da Cooxupé.
A boa notícia ao produtor, é que o armazamento hídrico na região estava com saldo positivo, o que garantiu que não fossem registrados problemas nas lavouras. Porém, as altas temperaturas nos meses anteriores e também em março , assim como excesso de chuvas em janeiro e fevereiro fez com que aumentassem os casos de ferrugem nas plantas, chamando atenção do produtor e da cooperativa.
Segundo Edson Guerreiro, coordenador técnico da Cooxupé no Cerrado, a safra na região está consolidada, com quebra de 15% na produtividade em decorrência do clima, mas a perda é compensada por grãos de boa qualidade. Ainda de acordo com Guerreiro, os casos com ferrugem chamaram atenção, mas foram controlados e os produtores precisam agora se previnir para não haver quebras de produtividade na safra 21/22. A mesma orientação é valida para os produtores do Sul de Minas Gerais.
"Basicamente o que aconteceu é que devido as chuvas, ocorreram as chuvas e a doença conseguiu evoluir e em março as temperaturas ficaram elevadas. Com as chuvas fortes você já acaba tendo uma diminuição dos produtos aplicados entre novembro e dezembro", explica. Guerreiro destaca ainda que os cooperados foram orientados e quem seguiu as recomendações não enfrentarão grandes problemas para a próxima safra.
Dados coletados pela Cooxupé mostram que os volumes ficaram abaixo em pontos referências da produção como em Monte Carmelo, onde a média prevista era de 190,9 milímetros e choveu apenas 124,4 mm. Coromandel também ficou abaixo do esperado, com acumulados de 177,5 contra 198,5 que era previsto. Os mapas dos meses anteriores também mostram que choveu de maneira muito expressiva em 2020, quando comparados os mesmo períodos em 2019.
Confira os mapas comparativos de janeiro e feveiro. Os mapas do mês passado ainda não foram disponibilizados pela Cooxupé:
Janeiro:
A ferrugem é a doença mais grave e prejudicial na lavoura cafeeira. O fungo infecta as folhas causando pústulas, as quais, num primeiro momento, diminuem a área foliar ativa e, em seguida, provocam a queda das folhas atacadas, adicionando perda foliar ainda maior. As plantas, assim desfolhadas, perdem suas reservas, a parte nova do ramo lateral fica prejudicada em seu crescimento , estes ramos chegam a secar ponteiros, a desfolha influi negativamente no pegamento da florada futura, tudo isso resultando em perdas produtivas na safra seguinte.
"É importante que o produtor tenha feito todos os passos até aqui, claro que vamos ter quedas de folhas, mas nada que comprometa a safra que vem. Tem ainda que continuar os tratos nesta fase que antecede a colheita", reforça. a expectativa da Cooxupé de uma produção com volumes muito parecidos com os produzidos em 2018, próximos de 60 milhões de sacas. Caso aconteça pausa nas chuvas daqui pra frente, o produtor também precisa ficar atento também ao aparecimento de bicho mineiro.