Café arábica sobe com dólar e cobertura de posições vendidas na Bolsa de Nova York nesta 6ª
As cotações futuras do café arábica encerraram esta sexta-feira (18) com altas de mais de 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado fecha a semana com suporte do câmbio e cobertura de posições vendidas após quedas recentes.
O vencimento dezembro/19 teve alta de 280 pontos, cotado a 95,70 cents/lbp, e o março/20 anotou 99,10 cents/lbp com 270 pontos de ganhos. O maio/20 avançou 265 pontos, a 101,35 cents/lbp e o julho/20 teve avanço de 265 pontos, a 103,45 cents/lbp.
Na semana, o mercado do arábica na ICE teve alta acumulada de mais de 2%. Depois de três quedas seguidas nos últimos dias, os futuros da variedade na ICE reagiram nesta sexta-feira acompanhando movimentos de ajustes técnicos e câmbio.
"Os preços do café subiram nesta sexta-feira com o vencimento dezembro/19 em máximas de uma semana diante da força do real em relação ao dólar, o que impulsiou coberturas de posições vendidas", destacou o site internacional Barchart.
Às 16h24, o dólar comercial registrava queda de 1,33%, a R$ 4,115 na venda, acompanhando o exterior em dia de reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial. A moeda estrangeira mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações.
A divisa testou em parte do dia a maior queda diária em seis semanas e voltou a se aproximar de R$ 4,10. Na mínima do dia, segundo a Reuters, o dólar foi a R$ 4,1126 na venda (-1,38%).
O arábica recuava forte nos últimos dias, ficando abaixo de 95 cents por libra-peso com informações de ampla oferta. Produtores no Brasil, no entanto, relatam altas temperaturas e poucas chuvas depois da florada, o que prejudicaria a safra.
"O que impressionou foi que comparando durante um ano esse montante subiu 14%, número alto e importante que dá entender que os Estados Unidos têm muito café", disse na véspera Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, em referência as baixas recentes.
Em entrevista para a Reuters, o superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio de Araújo Dias, destacou nesta sexta-feira que a cooperativa de produtores de Guaxupé (MG) vendeu toda sua oferta de contratos com entregas para até início de 2020.
"Os fundos venderam uma quantidade enorme de café nos últimos 30 dias, e esse café não existe, então não sei como vai ficar isso", disse Dias para a agência internacional de notícias.
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Mercado interno
A semana foi lenta no mercado brasileiro de café, com poucos negócios e preços em baixa ou estáveis acompanhando as oscilações no terminal externo. Nesta sexta-feira, no entanto, o dia foi de recuperação dos preços em algumas praças de comercialização.
"Os preços externos e internos do café arábica registraram forte queda nesta primeira quinzena de outubro, influenciados pela expectativa de oferta elevada depois da abertura da principal florada em importantes regiões produtoras do Brasil", destacou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 2% e saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 2,15% e saca a R$ 476,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 430,00 e alta de 1,18%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 428,00 e alta de 2,39%. A maior oscilação no dia foi registrada em Araguari (MG) com alta de 2,44% e saca a R$ 420,00.
Na quinta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 414,04 e queda de 0,18%.