Café arábica tem queda próxima dos 200 pts nesta 2ª em NY com dólar e florada no BR
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta segunda-feira (07) com queda próxima dos 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado estende as perdas da última sessão ainta com atenção ao câmbio e diante da florada no final de semana.
O vencimento dezembro/19 teve baixa de 200 pontos, cotado a 97 cents/lb e o março/20 anotou 100,65 cents/lb com 190 pontos de perdas. O maio/20 recuou 195 pontos, a 102,95 cents/lb e o julho/20 teve desvalorização de 180 pontos, a 105,20 cents/lb.
Com o vencimento referência abaixo de US$ 1 por libra-peso, o mercado do arábica estende as perdas dos últimos dias na ICE acompanhando de perto as oscilações do dólar ante o real, além de dados da oferta. Às 16h50, o dólar comercial subia 1,17%, a R$ 4,104.
"A relação EUA-China segue no radar, juntamente com os temores sobre uma desaceleração do crescimento global", disse para a Reuters internacional Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus. O dólar mais alto ante o real tende a encorajar as exportações das commodities.
Além disso, de acordo com o site internacional Barchart, operadores também acompanham de perto as recentes floradas no cinturão do Brasil. O evento chamou atenção pela quantidade de flores. Porém, lavouras têm botões abertos e muitos ainda sem florescer.
"Um analista de café da RR Consultoria Rural em Mina Gerais, a maior região produtora de café arábica do Brasil, disse na segunda-feira depois de visitar fazendas que a safra de café arábica teve uma floração excepcional", destacou o Barchart.
O engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Alysson Fagundes, no entanto, pontua o fenômeno fisiológico adverso de flores sem abrir."Ainda não perceberam, mas se você for na lavoura e olhar de perto vai perceber esse problema [da irregularidade entre flores completas e outras sem finalizar a abertura]", diz.
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"Daqui para frente o setor vai acompanhar com apreensão o clima, uma vez que a continuidade das chuvas será essencial para o pegamento das flores e para o desenvolvimento dos chumbinhos da safra 2020/2021", destacou em boletim o Escritório Carvalhaes.
O escritório de café, com sede em Santos (SP), ainda explica que está descartada pelo mercado a possibilidade de uma nova safra recorde. "... mas a torcida é para que o clima possibilite o crescimento de uma safra de bom tamanho e com qualidade. As altas temperaturas e a previsão de chuvas irregulares preocupam bastante".
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro de café seguiram lentos nos últimos dias e com quedas em algumas praças de comercialização, o que dificultou ainda mais as transações. Nesta segunda-feira, o dia foi de mais queda a preços estáveis sobre as principais localidades.
"O dólar recuou frente ao real praticamente todos os dias, dificultando ainda mais o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro. Mesmo assim, a necessidade de “caixa” de parte dos produtores fez com que todos os dias saíssem negócios", disse o Escritório Carvalhaes em relatório na sexta.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 476,00 e queda de 1,65%. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,16% e saca a R$ 460,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 440,00 – estável. A oscilação mais expressiva no dia foi em Poços de Caldas (MG) com recuo de 3,45% e saca a R$ 420,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 450,00 – estável. A maior oscilação foi em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 3,53% e saca a R$ 410,00.
Na sexta-feira (04), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 426,74 e queda de 2,39%.