Café arábica tem queda de 75 pts na Bolsa de Nova York nesta 4ª acompanhando oferta
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quarta-feira (02) levemente mais baixas na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado chegou a oscilar dos dois lados da tabela durante o dia acompanhando o câmbio, em ajustes e com informações da oferta.
O vencimento dezembro/19 teve queda de 75 pontos, cotado a 100,60 cents/lb e o março/20 anotou 104,20 cents/lb com 75 pontos de perdas. O maio/20 recuou 75 pontos, a 106,50 cents/lb e o julho/20 teve desvalorização de 80 pontos, a 108,55 cents/lb.
O mercado externo do café arábica oscilou dos dois lados da tabela durante o dia. Enquanto subia, os futuros tinham suporte do câmbio e estendiam os ganhos da sessão anterior. Informações sobre a oferta também davam ganhos aos futuros na ICE.
No final dos trabalhos desta quarta-feira, no entanto, a queda de pouco mais de 50 pontos acabou prevalecendo com os futuros em movimentações técnicas e acompanhando novos dados da oferta global, agora mais positivos, segundo o Barchart.
"Os preços do café recuaram diante de oferta abundante depois que a Organização Internacional do Café (OIC) informou na terça-feira que as exportações mundiais de café no ano safra 2018/2019 subiram 9,2% para 120,3 milhões de sacas", disse o site.
A OIC reportou ainda que neste mês de agosto de 2019 as exportações mundiais tiveram queda de 4% ante o mesmo período de 2018, totalizando 10,448 milhões de sacas de 60 kg. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
Segundo dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secex), do Ministério da Economia, as exportações de café verde no Brasil em setembro (21 dias úteis) totalizaram 2,693 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 10% ante o mesmo período do ano passado.
O dólar oscilou em estreitas margens na sessão desta quarta-feira, mas deu suporte aos preços em parte do dia, impactando nos preços do café. Às 17h13, o dólar comercial tinha queda de 0,67%, cotado a R$ 4,134 na venda, acompanhando o exterior e informações da Previdência.
"O mercado é vendedor. Ele já entendeu que o nível de 4,18 reais é o teto e, quando a moeda toca esse patamar, o exportador tende a vender a moeda", disse à Reuters Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
Apesar da baixa, operadores no terminal externo do café arábica também acompanham as informações sobre as condições de produção para a safra 2019/20 de café do Brasil. Chuvas chegaram recentemente, mas lavouras estavam sem precipitação por meses.
Mercado interno
Os preços do café arábica tiveram oscilações mistas nas principais praças de comercialização do país. O Escritório Carvalhaes destaca que cafeicultores pelo Brasil não estão satisfeitos com os atuais patamares de preço e vendem o mínimo necessário.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 494,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com alta de 12,79% e saca a R$ 485,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 450,00 e queda de 1,10%. A oscilação mais expressiva no dia foi em Varginha (MG) com avanço de 2,35% e saca a R$ 435,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação foi em Varginha (MG) com valorização de 3,61% e saca a R$ 430,00.
Na terça-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 439,25 e alta de 0,17%.