Café arábica tem perdas próximas dos 400 pts nesta 3ª feira em movimento corretivo e câmbio
Os contratos futuros do café arábica encerraram a sessão desta terça-feira (17) com perdas de pouco menos de 400 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado registrou movimentos técnicos e contou com pressão do câmbio.
O vencimento dezembro/19 teve queda de 395 pontos, a 100,35 cents/lb e o março/20 anotou 103,95 cents/lb com 390 pontos de perdas. O contrato maio/20 recuou 390 pontos, a 106,30 cents/lb e o julho/20 perdeu 390 pontos, a 108,40 cents/lb.
O mercado do arábica na ICE realizou ajustes nesta terça-feira ante a alta de mais de 150 pontos na sessão anterior. Na segunda-feira (16), os preços do petróleo, as expectativas de oferta de café e até o câmbio em parte do dia contribuiram para o avanço.
Além disso, o tempo seco e as altas temperaturas que ocorrem em um momento próximo das principais floradas da safra comercial 2020/21 também tiveram papel nas altas dos últimos dias. As atenções para a próxima temporada também estão na ferrugem.
"A situação das lavouras está ficando bastante complicada. As temperaturas estão altas e há falta de chuvas, o que faz com algumas lavouras já comecem a murchar. Se não tivermos precipitações até o final da próxima semana a situação fica muito catastrófica", afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.
Além dos movimentos de ajustes técnicos nesta terça-feira, segundo o site internacional Barchart, o câmbio contribuiu para as perdas no dia, fazendo o café atingir mínimas de uma semana. "Um real mais fraco incentiva as vendas para exportação do Brasil", disse.
Às 17h25, depois do fechamento do mercado na ICE, o dólar comercial recuava 0,31%, a R$ 4,078 na venda, mas subiu em boa parte do dia acompanhando o exterior. O alívio diante de notícias sobre o petróleo e à espera do Fed influenciaram na virada do câmbio.
A próxima safra de café do Brasil tende a ser de bienalidade positiva, ou seja, mais alta do que a que acabou de ser colhida, mas diante das recentes condições do tempo, a situação preocupa. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça-feira (17) que a safra de 2019 teve produção de 48,99 milhões de sacas de 60 kg beneficiadas.
O volume tem queda de mais de 20% ante a temporada iniciada no ano de 2018. Por espécie, o arábica teve produção de 34,47 milhões de sacas, com uma redução de 27,4% ante a safra de 2018 2018. O conilon, segundo a companhia, deve atingir volume produzido de 14,52 milhões de sacas com elevação de 2,5% ao ano anterior.
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Mercado interno
O mercado começou a semana seguindo alguns picos de alta nas praças de comercialização acompanhando o cenário externo. No entanto, com a queda moderada nesta terça-feira na ICE, os tipos recuaram pelas praças de comercialização, podendo diminuir a liquidez maior vista nos últimos dias.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 489,00 e queda de 2,98%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 4,26% e saca a R$ 490,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 e queda de 3,26%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (+2,27%), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 3,51% e saca a R$ 440,00.
Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 440,51 e alta de 0,57%.