Produção de café estimada pela Conab é de 48,99 milhões de sacas com redução de 20,5%

Publicado em 17/09/2019 09:47

A safra do café produzido no Brasil este ano é influenciada pela bienalidade negativa e afetada pelas más condições climáticas, o que levou a uma queda de mais de 20 % em relação a 2018, com uma produção total estimada em 48,99 milhões de sacas beneficiadas. Os números estão no 3º levantamento da safra de café, divulgado nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com a pesquisa, o fenômeno atinge de forma mais intensa a espécie arábica. Os cafezais sofreram ainda a incidência de altas temperaturas, ao mesmo tempo em que o ciclo vegetativo sentiu a falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura, o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem ainda menores.

Quanto à área em produção, os números esperados seguem inferiores aos do ano passado, com diminuição de 2,8% e alcance de 1,8 milhão de hectares. O estudo atribui este fato também à bienalidade negativa, já que os produtores aproveitam este período para realizar tratos culturais nas lavouras e, desta forma, reduzem a área em produção.

A informação quanto ao arábica revela a produção de 34,47 milhões de sacas, uma redução de 27,4% em comparação com a safra de 2018. Já o conilon deve chegar a 14,52 milhões de sacas, mas com aumento de 2,5% frente ao mesmo período.

Os baixos números da safra tiveram reflexo inclusive nas exportações brasileiras, que também retraíram. Em agosto, atingiram cerca de 3,2 milhões de sacas de 60 kg, o que representa redução de 9,5% em relação ao mesmo período no ano passado.

Produção nos estados – Maior produtor de café no país, o estado de Minas Gerais deve colher uma safra menor este ano, de 24,52 milhões de sacas, com redução de 26,5%. Isso é reflexo da diminuição da área em produção e menor rendimento médio da cultura em todas as áreas produtivas. Já o Espírito Santo, que tem a maior produção de conilon, deverá ter um crescimento de 14,8% na produção da espécie, influenciado por melhores condições climáticas e aumento de área produtiva. Por outro lado, a produção de arábica, que corresponde a 23% da produção capixaba, terá quebra de 33,6%, o que puxa o volume produzido de café no estado em 2%, quando comparado à safra passada.

Os demais estados produtores, da mesma forma, projetam o efeito negativo do fenômeno da bienalidade, com queda de produção frente ao alcançado na safra passada, com exceção de Goiás e Mato Grosso que obtiveram crescimento de produção de cerca de 21% e 16% respectivamente. Na sequência de maior produção de sacas beneficiadas, vêm São Paulo (4,37 milhões), Bahia (2,80 milhões), Rondônia (2,10 milhões), Paraná (950 mil), Rio de Janeiro (276 mil), Goiás (236 mil) e Mato Grosso (121 mil).

Tags:

Fonte: Conab

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café abre agosto pressionado pela safra brasileira, apesar da preocupação do setor
Com 75% de área colhida, recebimento da Cooxupé deve ficar abaixo de 7 milhões de sacas na safra 24
Café: Mercado limita baixas, mas ainda opera com desvalorização
Brasil amplia exportação e consumo de café solúvel no primeiro semestre de 2024
Café abre agosto recuando mais de 300 pontos em Nova York
Negócios de café seguem lentos no Vietnã, prêmios caem na Indonésia