Café arábica tem altas de mais de 150 pts nesta 2ª em NY com informações da oferta e petróleo
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta segunda-feira (16) com altas de mais de 150 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado acompanhou as informações de estoques, safra do Brasil, petróleo e câmbio em parte do dia.
O vencimento dezembro/19 teve alta de 155 pontos, a 104,30 cents/lb e o março/20 anotou 107,85 cents/lb com 155 pontos de ganhos. O contrato maio/20 avançou 160 pontos, a 110,20 cents/lb e o julho/20 subiu 155 pontos, a 112,30 cents/lb.
O mercado do arábica na ICE teve sessões seguidas de alta na semana passada, apesar de recuar na sexta-feira (13) em ajustes técnicos. Nesta segunda-feira, no entanto, os futuros voltaram a subir com uma sequência de fatores altistas.
"Os preços do café nesta segunda subiram moderadamente devido a oferta mais apertada depois que os estoques de café arábica monitorados pela ICE caíram para um ano de baixa em 2,313 milhões de sacas", disse o site internacional Barchart.
Além das preocupações com a menor oferta de café, ainda permeia o mercado as informações de estiagem em áreas do cinturão produtivo do grão em Minas Gerais, maior estado produtor da commodity no Brasil. Áreas estão quatro meses sem chuvas.
O tempo seco e as altas temperaturas ocorrem em um momento próximo das principais floradas da safra comercial 2020/21. Além da questão climática, as atenções para a próxima temporada também estão na ferrugem, que já afeta lavouras.
O mapa de previsão estendida do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) aponta a tendência de retorno das chuvas em áreas centrais do Brasil a partir da penúltima semana do mês de setembro.
Em áreas do Sudeste, os volumes no período podem ficar próximo dos 100 milímetros.
Enquanto recuava em parte do dia, o câmbio também contribuía para os ganhos no arábica. Às 16h55, o dólar comercial tinha alta de 0,07%, cotado a R$ 4,091 na venda, acompanhando o exterior. As oscilações cambiais impactam nas exportações, assim como o petróleo.
A disparada de 14% na commodity influenciou bastante o mercado financeiro nesta segunda-feira depois dos ataques em instalações petroleiras na Arábia Saudita. Steve Cachia, consultor da Agro Culte e da Cerealpar, explica que o petróleo influencia nos preços de óleo de soja e milho (etanol e biodiesel).
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Mercado interno
O Escritório Carvalhaes destacou que o mercado de café permaneceu firme na última semana. Os picos externos de alta favoreceram a cena interna. "Os novos lotes que chegaram ao mercado já vieram com preços mais altos. Com a queda de hoje [sexta-feira] na ICE os compradores diminuíram um pouco o valor das ofertas e o mercado físico acalmou", disse o escritório.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 504,00 e alta de 1,82%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com baixa de 4,08% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 e alta de 2,22%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 456,00 e alta de 2,24%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG)0 com saca a R$ 450,00 e alta de 4,65%.
Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 438,02 e queda de 0,37%.