Café em NY tem baixa técnica nesta 6ª, mas encerra semana com alta acumulada de mais de 5%
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta sexta-feira (13) com leve baixa na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), após altas recentes. O mercado teve um dia técnico e com atenção ao câmbio. Na semana, houve alta de 5,87%.
O vencimento dezembro/19 teve queda de 85 pontos, a 102,75 cents/lb e o março/20 anotou 106,30 cents/lb com 85 pontos de perdas. O contrato maio/20 caiu 85 pontos, a 108,60 cents/lb e o julho/20 recuou 90 pontos, a 110,75 cents/lb.
O café arábica completou a quinta sessão seguida de valorização na ICE na quinta-feira (12). Nesta sexta, no entanto, ajustes técnicos foram vistos. O mercado acompanhava as informações sobre a condição do tempo no Brasil e oscilações do dólar.
"Os preços do café caíram em acomodação após ganhos recentes. O café arábica de dezembro/19 registrou máxima de seis semanas na quarta-feira e o café robusta de janeiro/20 subiu para alta de duas semanas com as preocupações no Brasil", destacou o Barchart.
O câmbio nesta sexta-feira também contribuiu para as perdas no arábica. Às 16h46, após o fechamento na ICE, o dólar comercial tinha alta de 0,77%, negociado a R$ 4,091 na venda, acompanhando as informações do exterior e a guerra China x EUA.
As altas da semana na ICE foram motivadas pelas preocupações com a safra brasileira depois de instituições meteorológicas apontarem que áreas de Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, não registravam chuvas há pelo menos três meses.
O tempo seco e as altas temperaturas ocorrem em um momento muito importante para as plantas, que são as floradas da safra 2020/21 devem começar pelo cinturão produtivo. As atenções para a próxima safra, além da questão climática também estão na ferrugem.
"Nós temos muitas áreas há mais de 50 dias sem chuvas. Lavouras novas estão sentido muito a seca e lavouras velhas também sentem, já que tem sistema radicular mais superficial", disse Leonardo de Oliveira, engenheiro agrônomo de Cássia (MG).
Nos próximos sete dias, a previsão do tempo do modelo Cosmo do Inmet não aponta chuvas volumosas para áreas da região central do Brasil. Elas seguem mesmo sobre as regiões Norte e Sul, com volumes fracos a moderados. Áreas do litoral Nordestino também podem ter fracas precipitações.
Mercado interno
Acompanhando as altas externas durante a semana, os preços do café no mercado físico também registraram ganhos expressivos nos últimos dias. O tipo CD, por exemplo, voltou a R$ 500 a saca. Os negócios, porém, seguem lentos se comparados com outros anos. Os preços ainda estão distantes do desejo do produtor, segundo analistas.
Na quinta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 439,65 e alta de 0,45%.