Café: Bolsa de NY sobe mais de 300 pts nesta 3ª diante de preocupações com safra brasileira
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta terça-feira (10) com altas de mais de 300 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado do grão acompanhou as preocupações com as condições do tempo no Brasil em pleno desenvolvimento da safra 2020/21.
Os lotes com vencimento para dezembro/19 encerraram o dia com alta de 335 pontos, a 101,60 cents/lb e o março/20 anotou 105,00 cents/lb e 335 pontos de ganhos. O maio/20 anotou 107,30 cents/lb e 340 pontos de avanço e o julho/20 subiu 340 pontos, a 109,40 cents/lb.
O mercado do arábica na ICE testou máximas de um mês no vencimento referência de mercado nesta terça-feira. O site internacional Barchart destaca que o arábica subiu pela terceira sessão seguida com preocupações com as condições do tempo no Brasil.
"A Somar Meteorologia disse na segunda-feira que a maioria das lavouras de café arábica na região do Cerrado de Minas Gerais, uma das maiores de café arábica do Brasil, não recebe chuvas significativas há três meses e que as temperaturas estão acima da média, o que prejudica as lavouras", reportou o Barchart.
Para os próximos sete dias, mapas de previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) não apontam chuvas volumosas para áreas do cinturão brasileiro nos próximos dias. Apenas localidades do Norte, Sul e pontos litoral Nordestino é que terão precipitações.
Após o fechamento do mercado na ICE, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou que as exportações totais de café do Brasil em agosto totalizaram 3,2 milhões de sacas de 60 kg, com um decréscimo de 9,5% em relação ao mesmo período de 2018, quando houve safra maior.
"O volume das exportações registrado em agosto foi bastante positivo e indica que fecharemos o ano civil com uma excelente performance. Importante destacar que os cinco principais países compradores apresentaram um aumento de 30% de volume importado no acumulado de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período no ano passado", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
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Mercado interno
Negócios pontuais são vistos no mercado brasileiro nos últimos dias, mas o cenário ainda está longe de ser o melhor dos cenários ao produtor. "Os preços são considerados baixos pela grande maioria dos cafeicultores, que mostram bastante preocupação com os prejuízos que acumularão se venderem a safra atual nas bases oferecidas pelos compradores", disse o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Varginha (MG) com saca a R$ 492,00 e alta de 2,71%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com alta de 9,09% e saca a R$ 480,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 450,00 e alta de 3,45%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com saca a R$ 430,00 e avanço de 3,61%.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 444,00 e avanço de 3,26%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com alta de 3,53% e saca a R$ 440,00.
Na segunda-feira (09), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 419,61 e alta de 0,72%.