Café: Mercado cai em ajustes nesta 4ª feira na Bolsa de Nova York após disparada na véspera
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com queda de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado registrou ajustes técnicos depois de subir forte acompanhando preocupação com a previsão do tempo no Brasil.
O vencimento julho/19 encerrou o dia com queda de 155 pontos, a 104,90 cents/lb, o setembro/19 anotou 106,05 cents/lb com 140 pontos de perdas. O contrato dezembro/19 caiu 145 pontos, a 109,60 cents/lb e o março/20 teve 113,20 cents/lb e 145 pontos negativos.
"O mercado está se ajustando ao dólar mais fraco e ao real mais forte. Agricultores brasileiros estão recebendo menos e estão relutantes em vender, não é nada fundamental", disse Ricardo Santos, diretor da Riccoffee, para a agência de notícias Reuters.
O mercado teve um dia de oscilação dos dois lados da tabela, chegando em máxima de 108,20 cents/lb e mínimas de 105,58 cents/lb, segundo dados da Investing. As cotações chegaram a avançar forte em parte do dia acompanhando a previsão de frio no Brasil, mas depois recuaram.
"As conversas sobre o clima frio estão deixando alguns vendidos um pouco nervosos", disse na véspera um operador norte-americano para a agência de notícias Reuters. Na sessão desta terça-feira, o arábica na ICE subiu mais de 400 pontos com foco na meteorologia, mas também com câmbio e dados de estoque.
O site de notícias Barchart também destaca que a queda nos preços desta quarta está atrelada com o tempo seco no país, que pode acelerar os trabalhos de colheita da safra 2019/20 do Brasil, país que é o maior produtor e exportador de café arábica do mundo.
"As recentes condições de seca no Brasil são fator de baixa para os preços do café arábica, uma vez que o clima seco deve acelerar o ritmo da colheita do café e secagem dos grãos", informa o Barchart. Empresa meteorológica levantou que as chuvas em áreas de Minas Gerais ficaram próximas de zero na semana passada.
A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) informou nesta terça-feira que a colheita dos seus cooperados atingiu 43,48% até o dia 21 de junho. Os trabalhos estão mais acelerados do que nos últimos anos. Em 2018, era 22,93% da produção colhida.
A expectativa é de produção de 7,6 milhões de sacas na área de atuação da Cooxupé.
Mercado interno
Os preços do café arábica registraram alta nas praças de comercialização do Brasil nos últimos dias acompanhando o exterior e câmbio. Segundo nota com base nos colaboradores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), agentes estão mais ativos e negócios foram fechados.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 464,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com saca a R$ 455,00 e queda de 2,15%.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 435,00 e valorização de 1,16%. Foi a maior no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 432,00 – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu na Média Rio Grande do Sul com alta de 4,88% e saca a R$ 430,00.
Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 424,04 e alta de 3,26%.