Café: NY se recupera de mínimas de 3 semanas nesta 4ª em ajustes e com colheita no BR
As cotações futuras do café arábica encerraram esta quarta-feira (19) com alta de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado passou por ajustes técnicos ante as quedas recentes, mas informações da colheita também seguem em foco.
O vencimento julho/19 fechou o dia com alta de 195 pontos, a 96,25 cents/lb, o setembro/19 anotou 97,95 cents/lb com ganhos de 135 pontos. O contrato dezembro/19 subiu 125 pontos, a 101,50 cents/lb e o março/20 teve 104,95 cents/lb e 115 pontos positivos.
Oscilando entre máxima de 98,43 cents/lb e mínima de 96,28 cents/lb no dia, segundo dados da Investing, o mercado do arábica se recuperou nesta quarta-feira de mínimas de três semanas. Além dos ajustes, a colheita no Brasil ainda movimenta os operadores.
"O café arábica se recuperou de uma baixa de 3 semanas e fechou em alta após a Somar Meteorologia prever chuvas e ventos na próxima semana para Minas Gerais, maior estado produtor de arábica do Brasil, o que pode desacelerar a colheita", disse o Barchart.
A colheita do café na área de cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) chegaram a 33,85% até o dia 14 de junho. Neste ano, os trabalhos estão mais adiantados. A expectativa é de produção de 7,6 milhões de sacas de 60 kg.
"A colheita está avançando no Brasil. Informações indicam que os rendimentos não são altos e que a qualidade é baixa por conta das condições climáticas no desenvolvimento", disse na véspera o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Ainda do lado positivo, operadores ainda assimilam as informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, (USDA, na sigla em inglês, de queda na estimava global de produção em 2019/20, para 167,92 milhões de sacas, por conta do ciclo de bienalidade no Brasil.
Na quinta-feira (20), é o primeiro dia de aviso de entrega para o contrato julho, o que também favoreceu operadores a liquidar posições nos últimos dias. A Reuters internacional afirma que não há interesse dos players em estar vendido com o inverno chegando.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro de café estão mais lentos nos últimos dias por conta das quedas externas, que também se refletiram nos preços físicos. "A forte flutuação dos preços do arábica e do robusta afastou os agentes do mercado, reduzindo a liquidez no Brasil", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 427,00 e alta de 0,47%. A maior oscilação foi em Guaxupé (MG) com avanço de 2,65% e saca a R$ 426,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) (estável) e Franca (SP) (+0,51%), ambas com saca a R$ 400,00. A praça paulista teve a maior oscilação no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (+1,52%), Araguari (MG) (+3,90%) e na Média Rio Grande do Sul (estável), ambos com saca a R$ 400,00. Araguari teve a maior oscilação no dia.
Na terça-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 396,80 e queda de 1,21%.