Café arábica tem queda expressiva na Bolsa de Nova York nesta 6ª e julho/19 vai a 89 cents/lb

Publicado em 17/05/2019 17:39

Os contratos futuros do café arábica encerraram a sessão desta sexta-feira (17) com queda de mais de 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado acompanhou a forte valorização do dólar no dia e informações sobre a oferta. Na semana, houve queda acumulada de 1,98%.

Os lotes com vencimento para julho/19 tiveram queda de 265 pontos, a 89,00 cents/lb e o setembro/19 caiu 255 pontos, a 91,35 cents/lb. O contrato dezembro/19 fechou o dia com perdas de 255 pontos, a 94,85 cents/lb e o março/20 teve 98,35 cents/lb e 250 pontos de recuo.

Depois de altas técnicas recentes e acompanhando em alguns momentos as incertezas com a colheita da safra 2019/20 do Brasil com chuvas, o mercado do grão na ICE voltou a cair forte nesta sexta-feira de olho no câmbio. As mínimas foram de 88,48 cents/lb e as máximas de 91,58 cents/lb.

O dólar foi o principal fator de pressão para as cotações nesta sexta-feira na ICE. A divisa teve alta 1,62%, a R$ 4,1019, acompanhando a cena política local e o exterior com disputa entre China e EUA. "Um real fraco estimula as exportações pelos produtores de café do Brasil", disse o Barchart.

Na semana, segundo dados da Reuters, o dólar comercial acumulou ganhos de 4%. Esse foi o maior rally desde a semana concluída em 24 de agosto de 2018.

"Os dados que indicam que oferta abundante também foi um fator negativo para os preços", acrescentou o Barchart. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou que a safra brasileira neste ano pode chegar a 50,92 milhões de sacas, mas terá queda de 17,4% ante a anterior.

"O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior. Já a produção de conilon está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% em relação a 2018", disse a Conab.

"Nós temos que aguardar um pouquinho para saber como será a nova safra, não só em tamanha exato como também de qualidade", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes. Chuvas nos últimos dias têm atrapalhado os trabalhos de colheita.

Sérgio Dadona é produtor de café em Coromandel (MG) e diz que em 33 anos de cafeicultura não tinha visto tanta chuva como neste ano. "Estamos começando os trabalhos de forma manual, porque não tem como colocar as máquinas no campo. Ainda assim, a preocupação com a secagem é grande. É muita umidade", afirma.

Na região de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, a expectativa dos cafeicultores é que tempo mais aberto na próxima semana favoreça os trabalhos no campo, que estão em menos de 10% e no ano anterior, neste período, chegavam a até 15%, segundo Mário Ribeiro do Valle, presidente do Sind. Rurais de Guaxupé/MG.

Veja mais:
» Colheita do café no Sul de Minas Gerais está atrasada com chuvas e produtores aguardam melhora no tempo

Mercado interno

Os negócios com café no mercado brasileiro ganharam ritmo nos últimos dias, mas seguem mais lentos que em outros anos. "Observamos uma grande procura de cafés para o consumo interno a preços inferiores aos praticados para exportação, porém eu sinto que as negociações foram melhores do que as últimas três semanas", disse Carvalhaes.

A Safras & Mercado divulgou nesta quinta-feira que a comercialização da safra 2018/19 do Brasil chegou a 86% até o dia 13 de maio. "As vendas estão atrasadas em relação ao ano passado, quando 90% da safra 2017/18 estava comercializada até então. A comercialização está também abaixo da média dos últimos 5 anos, que é de 91% para esta época", informou a consultoria.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 423,00 e queda de 0,94%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-1,27%) e Poços de Caldas (MG) (-1,02%), ambos com saca a R$ 390,00. A maior oscilação no dia ocorreu na praça mineira.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na Média Rio Grande do Sul com saca a R$ 390,00 e alta de 2,63%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Na quinta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 385,13 e alta de 0,27%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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