Café arábica tem leve alta na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira após ampla oscilação
Os contratos futuros do café arábica encerraram a sessão desta quinta-feira (16) com leve alta na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado oscilou dos dois lados da tabela durante o dia acompanhando o câmbio, movimentos técnicos e preocupações com a colheita brasileira.
Os lotes com vencimento para julho/19 tiveram alta de 35 pontos, cotado a 91,65 cents/lb e o setembro/19 subiu 35 pontos, a 93,90 cents/lb. O contrato dezembro/19 fechou o dia com avanço de 40 pontos, a 97,40 cents/lb e o março/20 teve 100,85 cents/lb e 35 pontos de avanço.
Depois de abrirem em 90,95 cents/lb, as cotações futuras do arábica na ICE oscilaram entre máxima de 92,55 cents/lb e mínima de 90,38 cents/lb, segundo o site de cotações Investing. O dia de divulgação de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e preocupações com a colheita.
No entanto, segundo o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, movimentações técnicas também predominaram. "Nós temos que aguardar um pouquinho para saber como será a nova safra, não só em tamanha exato como também de qualidade", disse o especialista sobre o fechamento.
A colheita do café começou e ganhou maior ritmo neste início de maio sobre as principais regiões produtoras do Brasil. No entanto, nos últimos dias, chuvas passaram a ser registradas em importantes cidades produtoras e cafeicultores já temem os reflexos dessa condição.
Sérgio Dadona é produtor de café em Coromandel (MG) e diz que em 33 anos de cafeicultura não tinha visto tanta chuva como neste ano. "Estamos começando os trabalhos de forma manual, porque não tem como colocar as máquinas no campo. Ainda assim, a preocupação com a secagem é grande. É muita umidade", afirma.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta quinta-feira sua segunda estimativa aponta a safra brasileira neste ano em 50,92 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 17,4% ante 2018. A safra é de bienalidade negativa, mas ainda assim apresenta alto volume.
"O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior. Já a produção de conilon está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% em relação a 2018", disse a Conab.
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Mercado interno
Os negócios com café no Brasil seguem, mas de forma mais lenta do que em outros anos. A expectativa é de maior ritmo com a colheita. "Observamos uma grande procura de cafés para o consumo interno a preços inferiores aos praticados para exportação, porém eu sinto que as negociações foram melhores do que as últimas três semanas", disse Carvalhaes.
A Safras & Mercado divulgou nesta quinta-feira que a comercialização da safra 2018/19 do Brasil chegou a 86% até o dia 13 de maio. "As vendas estão atrasadas em relação ao ano passado, quando 90% da safra 2017/18 estava comercializada até então. A comercialização está também abaixo da média dos últimos 5 anos, que é de 91% para esta época", informou a consultoria.
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O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 428,00 e alta de 0,95%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 1,28% e saca cotada a R$ 395,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 e alta de 1,28%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 390,00 e alta de 1,30%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,67% e saca a R$ 385,00.
Na quarta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 384,08 e alta de 0,22%.