Café: NY tem dia de oscilações técnicas mesmo com dados de altas exportações do BR
As cotações futuras do café arábica encerraram a esta sexta-feira (10) no campo misto na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), com o vencimento referência tendo leve queda. O mercado do grão oscilou tecnicamente, mas o dia foi de divulgação importante. Na semana, houve alta acumulada de 0,22%.
O contrato julho/19 encerrou a sessão com queda de 5 pontos, a 90,80 cents/lb e o setembro/19 anotou 93,10 cents/lb – estável. Já os lotes com vencimento em dezembro/19 avançaram 5 pontos, a 96,60 cents/lb e o março/20 registrou 100,20 cents/lb com 10 pontos positivos.
O mercado do arábica teve variação na sessão entre mínima de 90,08 cents/lb e máxima de 91,40 cents/lb, segundo o site de cotações Investing. O dia foi mais de oscilações técnicas depois de mínimas de mais de 10 anos serem testadas no terminal no início da semana e de ajustes ante as altas recentes.
Segundo agências internacionais de notícias, o câmbio também contribuiu para as oscilações da variedade em parte do dia, já que também teve altas e baixas na sessão com o exterior. Por volta das 16h22 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 0,12%, cotado a R$ 3,949 na venda. As oscilações da moeda impactam nas exportações.
Apesar das curtas oscilações no terminal externo, o mercado do café teve nesta sexta-feira uma divulgação importante. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou que em abril as exportações brasileiras totalizaram 2,9 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 370,43 milhões.
Com o resultado, no ano safra 2018/19, o país exportou um total de 34 milhões de sacas. Esse é o melhor desempenho dos últimos cinco anos, o que reforça ainda mais as percepções positivas do mercado com a oferta global.
"Conforme temos acompanhado desde o início do ano, tudo indica que esse ano-safra seja histórico, confirmando a eficiência com que o país atende à demanda e exigências de seus consumidores tanto no que se refere à qualidade quanto à sustentabilidade", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Operadores externos também seguem atentos com as informações da colheita do café no Brasil, que ocorre neste momento. "O mercado ainda está preocupado com grandes ofertas, especialmente do Brasil e a baixa demanda. O país está dominando o mercado...", destacou o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Mercado interno
O mercado físico do café arábica segue com negócios de forma lenta, mas sempre ocorrem, segundo analistas de mercado. A expectativa é que no decorrer deste mês de março as transações ganhem ainda mais ritmo com a necessidade de caixa dos produtores com a colheita.
O tipo 6 duro está entre R$ 360,00 e R$ 380,00. "A expectativa é de que a liquidez se eleve em maio, devido à necessidade de caixa e de liberação de espaço nos armazéns para guardar o café novo", destacou em análise o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 418,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,56% e saca a R$ 400,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior variação ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,32% e saca a R$ 385,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-1,30%) e Araguari (MG) (estável), ambas com saca a R$ 380,00. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,33% e saca a R$ 380,00.
Na quinta-feira (09), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 380,81 e alta de 1,12%.