Café arábica estende ganhos e julho/19 volta a 94 cents/lb em NY nesta 6ª feira
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (26) com leves altas. O mercado estende perdas da véspera ainda acompanhando as oscilações cambiais e tempo no Brasil. Na semana, houve alta acumulada de 1,29%.
O contrato maio/19 encerrou a sessão com alta de 65 pontos, a 92,70 cents/lb e o julho/19 anotou 94,10 cents/lb com 75 pontos de valorização. Já os lotes para setembro/19 avançaram 75 pontos, a 96,50 cents/lb e o dezembro/19 registrou 100,15 cents/lb com 65 pontos positivos.
O mercado do arábica oscilou dos dois lados da tabela na sessão desta sexta-feira, com mínimas de 92,73 cents/lb e máximas de 94,40 cents/lb. No entanto, mais uma vez, o suporte do dólar foi importante para os preços externos assim como a apreensão com a safra 2019/20 do Brasil.
Essa foi a segunda sessão seguida de alta no mercado da variedade na ICE. O câmbio voltou a ser o principal fator de suporte aos futuros. Às 16h29, após o fechamento da Bolsa de Nova York, o dólar comercial operava com queda de 0,58%, cotado a R$ 3,933 na venda, com dados dos Estados Unidos.
"Apesar do número (do PIB) ter vindo bem acima do esperado, tem essa questão do consumo. O consumo é um dos principais itens do PIB dos EUA e ele deu uma desacelerada quando comparado com o quarto trimestre", disse para a Reuters Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets.
"A força do real em relação ao dólar hoje provocou cobertura de posições vendidas nos futuros do café. Um real mais forte desestimula as exportações de café do Brasil", destacou o site internacional Barchart. A moeda recua depois de disparar com a reforma da Previdência.
Apesar de o câmbio dar suporte ao mercado externo, operadores seguem acompanhando informações sobre a safra brasileira. A colheita da temporada 2019/20 já começou em todas as regiões produtoras, tanto da variedade arábica quanto conilon. As chuvas preocupam.
"Apesar do adiantamento das atividades neste ano, o volume da temporada 2018/19 disponível no mercado ainda é significativo, segundo indicam colaboradores do Cepea", destacou em nota durante a semana o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Jack Scoville, analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, aponta que envolvidos seguem atentos com a alta produção. "As ideias são de que a próxima safra brasileira ainda possa ser grande já que o clima tem sido bom para as lavouras até o momento", disse o especialista.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro voltaram a ser vistos nos últimos dias, mas seguem ocorrendo lentamente. Os preços voltaram a se aproximar de R$ 390,00 a saca do tipo 6 duro e a colheita também favoreceu mais transações com a necessidade de caixa por parte do produtores.
"Alguns negócios de cafés remanescentes, inclusive, foram realizados nas últimas semanas, conforme a necessidade de caixa dos produtores", destacou em nota o Cepea.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 418,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 1,28% e saca a R$ 395,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 – estável. Não houve oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Franca (SP) (estável), ambas com saca a R$ 390,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 0,77% e saca a R$ 386,00.
Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 384,32 e queda de 0,02%.