Terra Forte anuncia recuperação judicial com dívidas de mais de R$ 1 bi; negócios futuros com café pesaram

Publicado em 10/04/2019 15:08

O Grupo Terra Forte, que abrange a importadora e exportadora de café Terra Forte, teve seu pedido de recuperação deferido pela 1ª Vara Cível - Foro de Campinas. A informação foi confirmada pelo escritório que representa a empresa. A medida seria uma alternativa para evitar falência com dívidas estimadas em R$ 1,05 bilhão.

Conforme reportado no final da semana passada com exclusividade pelo Notícias Agrícolas, as quedas nos preços do café contribuíram para o cenário atual da empresa. A Terra Forte negociou contratos de venda futura com o grão em cerca de R$ 550,00, mas os preços atuais estão próximos de R$ 350,00.

"Agora, com o deferimento, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial apontando como quitará suas dívidas e depois tem mais 180 dias para realizar uma assembleia para aprovação desse plano", disse Gabriel Freire, sócio do escritório Freire, Assis, Sakamoto e Violante Advogados, que representa a empresa.


Processo de recuperação judicial da Terra Forte - Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça de São Paulo

Freire explica ainda que a instabilidade política e econômica no país no ano passado também contribuiu para os problemas financeiros da empresa, pois acabou elevando os passivos. Os principais credores são o Bradesco, com R$ 140 milhões, Banco do Brasil, com 120 milhões, e o Banco Cargill, com 110 milhões.

A ideia da Terra Forte é captar investimentos após o pedido, mas a venda de ativos não está descartada. "A Terra Forte não está quebrada, tanto é que ela não tem problemas crônicos trabalhistas. A medida foi tomada para proteger a atividade operacional", pondera Freire.

A Terra Forte é uma das maiores exportadoras de café do Brasil, com cerca de 2,5 milhões de sacas ao ano, segundo o site oficial. É a primeira no ranking do CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) com fatia de 6,5% de todo o café exportado pelo país.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícia Agrícolas

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