Café arábica tem alta expressiva nesta 4ª feira após mínimas mais de 10 anos na Bolsa de Nova York
Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram esta quarta-feira (03) com alta de mais de 350 pontos. O mercado externo do grão testou recuperação técnica, mas também repercutiu a queda do dólar em parte do dia e informações sobre a safra 2019/20 do Brasil.
O vencimento maio/19 encerrou a sessão com alta de 370 pontos, a 95,35 cents/lb e o julho/19 anotou 97,85 cents/lb com 365 pontos de ganhos. O setembro/19 anotou 100,45 cents/lb com 355 pontos positivos e o dezembro/19 registrou 104,25 cents/lb com valorização de 345 pontos.
Nas últimas duas sessões no vermelho, o mercado do arábica na ICE testou mínimas de 13 anos acompanhando de perto a oferta global do grão. Nesta quarta-feira, porém, foi dia de reação técnica após o vencimento referência atingir mínima de 91,35 cents/lb, segundo o site de cotações Investing.
O site internacional Barchart destaca que as oscilações cambiais também contribuíram para os ganhos mais expressivos da variedade na sessão. "O café arábica subiu nesta quarta-feira após uma recuperação do real para uma alta de uma semana contra o dólar", destacou em nota.
Às 15h56, após o fechamento do café, o dólar comercial subia 0,41%, a R$ 3,8730 na venda, com a Previdência, mas chegou a testar mínimas bem mais baixas. O mercado vinha de duas quedas consecutivas. A moeda estrangeira mais baixa desencoraja as exportações da commodity e dá suporte aos preços.
"Independente de questões ligadas ao mérito da proposta que serão analisadas nas reuniões de comissão especial, é interessante observar como vai estar o clima entre o ministro e os deputados depois dos entreveros na semana passada entre o Legislativo e o Executivo", disse à Reuters o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Do lado fundamental, em menor intensidade, também dá suporte aos preços externos a divulgação da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé) de que a safra 2019/20 deve ser 15% menor do que a anterior por conta de problemas climáticos, totalizando 7,1 milhões de sacas na sua área.
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"O mercado ainda está preocupado com a ampla oferta, especialmente do Brasil e a baixa demanda. O Brasil teve uma grande produção na safra atual, mas a próxima deve ser menor, pois é de bienalidade negativa", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Ainda de acordo com o analista de mercado, as ideias do mercado são de que o país terá produção de cerca de 52 milhões de sacas nesta temporada de bienalidade negativa após colheita na temporada 2018/19 entre 62 ou 63 milhões de sacas de 60 kg.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios pontuais nesta semana com os preços em queda acompanhando as baixas internacionais dos últimos dias. O tipo 6 segue abaixo de R$ 400,00 a saca na maioria das praças. No entanto, esse cenário pode mudar.
"A expectativa de agentes é de que, com a aproximação da safra, a liquidez aumente nos próximos dias, devido às necessidades de caixa de produtores e de escoamento do café remanescente para armazenamento do novo", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 428,00 e alta de 2,39%. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com avanço de 3,17% e saca a R$ 423,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 400,00 e alta de 2,56%. A maior oscilação foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,58% e saca a R$ 398,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 396,00 e alta de 3,66%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
Na terça-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 384,58 e queda de 0,65%.