Café: Preocupações com BR e ajustes dão suporte e NY sobe mais de 50 pts

Publicado em 15/03/2019 17:29

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (15) com alta de mais de 50 pontos. O mercado reagiu em acomodação, mas também teve suporte da desvalorização do dólar ante o real e informações sobre o Brasil.

O vencimento maio/19 encerrou a sessão com alta de 65 pontos, a 97,80 cents/lb e o julho/19 anotou 100,45 cents/lb com 65 pontos de ganhos. Já o setembro/19 anotou 103,15 cents/lb com 70 pontos de avanço e o dezembro/19 registrou 106,95 cents/lb com valorização de 65 pontos.

O mercado do café arábica encerrou a semana com leve alta, mas recuou em vários dias acompanhando as divulgações de ampla oferta global do grão. Depois de ficar abaixo do patamar de 96 cents por libra-peso nos últimos dias, a sessão desta sexta-feira foi marcada por reação técnica.

Além disso, segundo destaca o site internacional Barchart, os preços futuros da variedade também encontraram suporte nas informações das condições climáticas no Brasil, maior produtor e exportador. A safra 2019/20 do país está neste momento em desenvolvimento.

"O café arábica encontrou apoio nesta sexta-feira com condições secas no Brasil, o que estimulou a cobertura de vendidos. A Somar Meteorologia informou que a chuva em Minas Gerais, maior região produtora do Brasil, foi de apenas 37,2 mm na semana passada, ou 65% da média histórica", destacou o Barchart.

O dólar encerrou o dia com queda de 0,71%, cotado a R$ 3,821 na venda, com impaciência ante a cena doméstica e de olho no exterior. A moeda estrangeira mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity e por isso dá suporte aos preços externos da variedade.

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou ontem que as exportações totais de café (verde, solúvel e torrado & moído) em fevereiro totalizaram 3,4 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 449 milhões. O volume no mês foi 36,3% superior a fevereiro de 2018.

"Os volumes de exportação de café apresentados em fevereiro, registram o segundo recorde mensal consecutivo e histórico, neste ano. Tudo indica que se continuarmos nessa performance, deveremos encerrar o ano cafeeiro próximo a 40 milhões de sacas, o que também será um recorde histórico", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

Paralelamente, a GCA (Green Coffee Association), divulgou nesta sexta-feira que os estoques de café verde dos Estados Unidos subiram 209,958 mil sacas de 60 kg no mês de fevereiro, totalizando 6,26 milhões de sacas.

Leia mais:
» Estoques de café dos EUA sobem mais de 200 mil sacas em fevereiro

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro de café seguiram lentos durante a semana, mas aconteceram em algumas praças. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços voltaram a ficar abaixo de R$ 400,00 a saca.

A comercialização da safra 2018/19 chegou a 80%, segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado, de um total projetado de 63,7 milhões de sacas de 60 kg. Ou seja, até o momento foram vendidas 50,78 milhões de sacas, em ritmo mais lento.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé(MG) com saca a R$ 428,00  – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com avanço de 2,56% e saca a R$ 400,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 – estável.  A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,27% e saca cotada a R$ 390,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Lajinha (MG) com alta de 5,41% e saca a R$ 390,00.

Na quinta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 399,14 alta de 0,23%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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