Café: Após mínimas de mais de 10 anos, Bolsa de Nova York busca recuperação nesta 6ª feira

Publicado em 08/03/2019 17:47

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (08) com alta de mais de 150 pontos. O mercado se ajustou tecnicamente ante as quedas recentes e seguiu o câmbio. Na semana, houve queda acumulada de 1,70%.

O vencimento maio/19 teve alta de 165 pontos, a 98,50 cents/lb e o julho/19 registrou 101,20 cents/lb com avanço de 165 pontos. Já o contrato setembro/19 registrou ganhos de 170 pontos, a 104,00 cents/lb e o dezembro/19 teve valorização de 170 pontos, a 107,85 cents/lb.

O mercado do arábica na ICE chegou a iniciar a sessão desta sexta-feira em baixa, estendendo as perdas dos últimos dias, com informações otimistas sobre a oferta e dados das condições climáticas no Brasil. No entanto, ajustes e o câmbio deram suporte aos preços.

"A força do real em relação ao dólar na sexta-feira provocou uma cobertura de posições vendidas no café arábica e elevou os preços", destacou a site internacional Barchart. A moeda brasileira mais valorizada ante o real tende a desencorajar as exportações das commodities.

O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira com queda de 0,37%, cotado a R$ 3,8702 na venda, com operadores acompanhando a divulgação de dados fracos vindos dos Estados Unidos. Na véspera, a moeda atingiu máximas de 27 de dezembro.

"A criação de vagas de trabalho veio bem abaixo do esperado.... As principais moedas estão se fortalecendo diante do dólar", disse para a agência de notícas Reuters durante o dia o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.

Nos últimos dias, o mercado do arábica recuava, chegando a se aproximar das mínimas de mais de 10 anos, com atenção para diversas informações da oferta e melhores notícias sobre o retorno das chuvas ao cinturão produtivo, apesar de perdas já consolidadas, segundo produtores.

O Rabobank, um dos principais bancos especializados de commodities, anunciou durante a semana que a safra 2019/20 de café do Brasil pode atingir 57,6 milhões de sacas. Os números chegam a ficar acima das projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Divulgações da Colômbia também repercutiram no dia. A Federação de cafeicultores do país apontou aumento de 14,4% nas exportações em fevereiro e um salto de 2,5% na colheita do primeiro bimestre de 2019. Na semana passada, as altas exportações do Brasil também pesaram sobre as cotações.

No Brasil, a safra 2019/20 está em plena desenvolvimento e chuvas foram registradas nos últimos dias. Ainda assim, segundo produtores, perdas já estão consolidadas mesmo com o retorno das melhores condições climáticas para o desenvolvimento do grão.

Mercado interno

O mercado brasileiro de café seguiu com negócios isolados nesta semana em meio ao Carnaval, inclusive com praças fechadas em alguns dias. Nesta sexta-feira, segundo preços levantados pelo Notícias Agrícolas, os preços ficaram estáveis ou registraram curtas oscilações.

"Influenciado por quedas nos valores externos, o café arábica foi negociado abaixo dos R$ 400,00/saca de 60 kg no mercado interno em praticamente toda a semana passada", destacou em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O Indicador chegou ao menor nível desde 2014.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 433,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,70% e saca a R$ 431,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 (estável) e Varginha (MG) (estável). A praça com maior oscilação foi Poços de Caldas com baixa de 1,76% e saca a R$ 391,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,77% e saca a R$ 391,00.

Na quinta-feira (07), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 401,27 e alta de 0,23%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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