CNC: Café recua com pressão do dólar e movimentação dos fundos

Publicado em 31/08/2018 16:45
Força da moeda norte-americana e posição vendida dos fundos impactam negativamente as cotações, em um cenário de oferta suficiente

Os contratos futuros do café voltaram a recuar no mercado internacional nesta semana, pressionados pela força do dólar, pela movimentação dos fundos de investimento e pela condição de oferta suficiente do produto. Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro/18 do contrato "C" declinou 205 pontos, negociado a US$ 1,0265 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento novembro do café robusta fechou ontem a US$ 1.522 por tonelada, com perdas de US$ 19.

Em relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) divulgado na última sexta-feira, a posição líquida vendida dos fundos de investimento e especuladores passou de 100.533 para 106.105 lotes, pesando sobre as cotações do café em NY, que acumulam queda de 10,3% em 30 dias, de 24,9% em 2018 e de 27,4% nos últimos 12 meses.

O dólar comercial voltou a subir frente ao real na semana, encerrando a quinta-feira a R$ 4,145, o que representa elevação de 1% ante a sexta-feira passada. O avanço não foi maior devido à atuação do Banco Central (BC), que realizou leilão de 30 mil contratos de swap cambial (US$ 1,5 bilhão) extraordinários. A moeda norte-americana vinha sendo negociada acima de R$ 4,21 nos mercados à vista e futuro.

De acordo com analistas, os ativos negociados no Brasil refletem o mau humor externo, incluindo a piora do cenário na Argentina, onde, mesmo com os esforços do governo vizinho, o dólar se valorizou mais de 20% e ultrapassou o patamar de 41 pesos.

No Brasil, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a colheita de café arábica na safra 2018 está em sua reta final. Mesmo com o leve atraso em função das chuvas no início de agosto, os trabalhos vêm sendo favorecidos pelo tempo mais firme nos últimos dias. A expectativa é que a cata seja concluída até a primeira quinzena de setembro.

O balanço da safra atual, no geral, apresenta volume e qualidade superiores aos do ciclo cafeeiro antecedente. O quadro abaixo demonstra o andamento da colheita no cinturão produtor do Brasil e as condições em que se encontram as lavouras em cada região.

Ainda conforme o Cepea, o mercado físico teve estabilidade nas cotações apesar do recuo internacional, com a valorização do dólar limitando a pressão e afastando os participantes dos negócios a vista para o arábica. No caso do robusta, a força da moeda norte-americana estimulou vendas, com negócios sendo realizados.

Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 426,13/saca e a R$ 325,32/saca, respectivamente, com variações semanais de 0,1% e 1,4%.

Fonte: CNC

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Chuvas abaixo do esperado trazem suporte para alta do preço do arábica no fechamento desta 2ª feira (23)
Média diária de faturamento de café torrado tem alta de 86,2% nos quinze primeiros dias úteis de dezembro de 2024
Preços do café trabalham em lados opostos nas bolsas internacionais no início da tarde desta 2ª feira (23)
Café: preços iniciam 2ª feira (23) com baixas moderadas nas bolsas internacionais
Após muita volatilidade bolsa de Londres encerra sessão desta 6ª feira (20) com quedas nas cotações futuras
Café em Prosa #195 - Museu do Café passa por reposicionamento institucional e ganha nova identidade visual
undefined