Procafé: Trapoeraba, erva de difícil controle em cafezais

Publicado em 30/05/2018 12:12

A trapoeraba tem se mostrado uma erva muito concorrente e de difícil controle em cafezais, exigindo tecnologias de controle diferenciadas.

A erva daninha conhecida como trapoeraba infesta cafezais, ocorrendo diferentes espécies, do gênero Commelina, sendo mais comum a espécie C. benghalensis. No campo tem-se, normalmente 2 espécies. Uma de folhas menores e de coloração verde escuro-arroxeadas, chamada, comumente, de marianinha e as de folhas mais largas e de cor verde claro. A primeira tem sido mais problemática, cobrindo as ruas do cafezal e, em casos de controle deficiente, cresce subindo, até, nas plantas de café, cobrindo sua lateral.

Pesquisa realizada com diferentes tipos de cobertura vegetal em ruas de café (ver quadro) evidenciou, surpreendentemente, que a presença de cobertura com trapoeraba foi a mais prejudicial ao desenvolvimento do cafeeiro, não se sabendo, exatamente, o por que disso, exigindo pesquisas complementares.

A necessidade de controle da trapoeraba tem enfrentado dificuldades. Empregando roçadas o controle não é muito efetivo, devido ao hábito de crescimento mais rasteiro dessa erva e pela sua reprodução vegetativa, por pedaços dos caules, além das sementes. Com o uso de glifosato, herbicida mais usado na cafeicultura, o controle é ineficiente. Sobram extensas manchas de trapoeraba verde, em contraste com o restante da vegetação ressecada, morta pelo herbicida, exigindo gasto operacional complementar. O uso de herbicidas à base de 2,4-D, muito eficientes e de rápida morte dessa planta daninha, tem encontrado restrições pelas certificadoras.

O controle indicado, nessas condições, seria o uso de Glifosato em combinação ou uso isolado, conforme a necessidade, de herbicidas mais efetivos contra ervas de folhas largas, adicionando-se, ainda, óleo ou espalhante siliconado, para melhor eficiência. Vários herbicidas podem ser empregados nessa situação, destacando-se aqueles à base de  Metsulfuron metilico (Ally, Zartan, outros), de Clorimuron, de Flumoxazina(Flumizin), de Canfentrazona etílica(Aurora) ou de Saflufenacil (Heat). Na prática as dificuldades decorrem da ação lenta de alguns desses produtos e sua eficiência ligada ao controle sobre ervas mais jovens, alguns, até permitindo rebrotas. Torna-se necessário, assim, observar cuidados nas aplicações, como bom molhamento, doses e épocas de aplicação adequadas, uso dos adjuvantes, aplicações dirigidas etc.

Fonte: Procafé

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