Café: NY demonstra já ter precificado otimismo com safra brasileira e tem alta técnica de mais de 50 pts nesta 5ª
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira com alta de mais de 50 pontos. Os ganhos da véspera foram estendidos no dia com o mercado ainda acompanhando movimentações técnicas e informações climáticas na próxima semana no Brasil. Nem a divulgação da Conab não exerceu pressão sobre os preços.
O vencimento julho/18 registrou na sessão de hoje 117,95 cents/lb com alta de 65 pontos e o setembro/18 anotou 120,20 cents/lb 70 pontos de avanço. Já o contrato dezembro/18 fechou o dia com 123,70 cents/lb e valorização de 70 pontos, enquanto o março/19, mais distante, avançou 55 pontos, fechando o dia a 127,05 cents/lb.
Depois de quedas seguidas nos últimos dias, o mercado do arábica na ICE subiu na sessão anterior e seguiu em alta nesta quinta-feira com especuladores mais tranquilos depois de empurrarem os preços para mínimas de três semanas e meio no início da semana, embora o mercado permanecesse vulnerável, reportou a Reuters internacional.
"Especuladores antecipam grande produção no Brasil e Vietnã neste ano e mantiveram-se vendidos no mercado. O robusta continua a ser o mercado mais forte com produtores e comerciantes vietnamitas sem disposição para vender nos preços atuais e aguardam por um rally no mercado", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Operadores no terminal externo também acompanham a previsão do tempo em áreas produtoras na próxima semana do Brasil, maior produtor e exportador, também deram suporte aos preços externos. As temperaturas tendem a diminuir em áreas brasileiras, o que deixa operadores atentos com a possibilidade de geadas. São previstas mais instabilidades a partir da próxima semana.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta quinta a segunda estimativa de produção para a safra 2018/19. O volume deve ser recorde, com 58 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg. O crescimento apontado é de 29,1% em relação à safra passada. No entanto, há dias o mercado já vinha precificando essa expectativa e ignorou o dado.
Segundo o órgão, o bom resultado deve-se à bienalidade positiva das lavouras e às boas condições climáticas no cinturão brasileiro. A última produção recorde no país foi no ano de 2016. Outro motivo para os números positivos seria o avanço do pacote tecnológico neste setor, sobretudo de variedades mais produtivas.
Leia mais:
» Levantamento da Conab mostra produção recorde de 58 milhões de sacas de café
Mercado interno
Poucos negócios seguem sendo vistos nas praças de comercialização do Brasil, mas os preços avançaram nos últimos dias e os negócios aqueceram. "Conforme colaboradores do Cepea, muitos produtores estão com as atenções voltadas à colheita da safra 2018/19", disse em nota na quarta-feira o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 502,00 e alta de 1,41%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 475,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,11% e saca a R$ 455,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia foi registrada em Patrocínio (MG) com valorização de 1,14% e saca a R$ 445,00.
Na quarta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,28 e alta de 0,02%.