CNA defende reavaliação dos preços mínimos para café e trigo

Publicado em 09/04/2018 10:44
Valores anunciados na semana passada pelo governo para esses produtos são insuficientes para cobrir os custos de produção

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai propor ao governo federal reajustes dos preços mínimos do café e do trigo no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019. A entidade defende a revisão dos valores anunciados na semana passada, que são insuficientes para cobrir os custos de produção dessas culturas.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou os novos valores dos preços mínimos destes produtos. No caso do café, a espécie arábica teve reajuste de 2,46% em relação ao ano passado e ficou definido em R$ 341,21 por saca de 60 quilos. Já a espécie conilon teve o preço mínimo reduzido para R$ 202,19/saca, queda de 9,57%.

Segundo os levantamentos de custo mais recentes feitos pelo projeto Campo Futuro, da CNA em parceria com o Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), os custos operacionais chegam a R$ 390/saca para o arábica e R$ 240/saca para o conilon.

“Mais uma vez, os preços mínimos ficam abaixo do custo de produção das principais regiões produtoras do país. Esses valores tornam-se ainda mais críticos por se tratar de uma safra de bienalidade positiva”, diz a CNA em Comunicado Técnico.

No caso do conilon, a redução do preço mínimo preocupa principalmente os produtores do Espírito Santo, maior produtor desta espécie. “As lavouras foram afetadas por problemas climáticos nas safras anteriores e a redução do preço mínimo é mais um obstáculo para a recuperação da cafeicultura do estado em 2018”, justifica a CNA.

Trigo – O preço mínimo do cereal passou de R$ 39,02 para R$ 37,26 por saca, recuo de 2,93%, também abaixo dos preços do custo de produção da cultura. Segundo dados do Campo Futuro, levantados pela CNA em parceria com Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada (Cepea/ESALQ), de janeiro a abril deste ano, os custos com óleo diesel e mão-de-obra aumentaram 9,1% e 6,5%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2017. Além disso, a cotação do dólar teve um incremento de 4% nesse mesmo período.

“Esse aumento deverá impactar diretamente nos custos dos defensivos agrícolas e fertilizantes, que são em sua grande maioria importados. Com o aumento dos custos dos principais insumos agrícolas, a CNA destaca a necessidade de reajustar o preço mínimo do trigo para R$ 40,65/saca e não os R$ 37,26/saca anunciados pelo MAPA”, destaca o comunicado.

Fonte: CNA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Safra é mais rápida, mas rendimento no Brasil preocupa e cotações avançam
Sebrae Minas, Senai e Expocacer assinam parceria que beneficiará cafeicultores do Cerrado Mineiro
Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços