Café: Cotações do arábica reagem nesta 3ª em NY, mas principais vencimentos seguem abaixo de US$ 1,20/lb
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta terça-feira (03) com leve alta na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Em mais uma sessão técnica e com poucas novidades, o mercado externo do grão consolidou-se abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso nos principais vencimentos. Na véspera, a queda foi de mais de 150 pontos.
O vencimento maio/18 encerrou o dia cotado a 116,60 cents/lb com valorização de 20 pontos, o julho/18 registrou 118,65 cents/lb com avanço de 15 pontos. Já o contrato julho/18 fechou a sessão a 120,80 cents/lb com alta de 10 pontos e o setembro/18, mais distante, encerrou o dia a 124,25 cents/lb e 15 pontos de valorização.
Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, destaca que diversos fatores têm motivado a volatilidade nos últimos dias, mas parece que a safra maior no Brasil neste ano já foi precificada. Novidades agora podem vir apenas do clima. "Temos que torcer para que as chuvas não atrapalhem a qualidade da próxima safra de café", diz.
Para o analista, o Brasil tem sim possibilidade de registrar colheita recorde neste ano, mas tem dúvidas com alguns dados de levantamentos privados. O analista acredita que os números de produção do país devem ficar próximos do que foi estimado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), mas ainda não se sabe o que irá ocorrer durante o inverno.
Diferente dos últimos dias, o câmbio pouco influenciou no mercado do café. O dólar comercial fechou o dia com alta de 0,77%, cotado a R$ 3,3381 na venda, diante de cautela dos investidores antes do julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF). A divisa impacta nas exportações.
Nesta terça-feira, a OIC (Organização Internacional do Café) confirmou em nota divulgada para a imprensa a saída dos Estados Unidos do Acordo Internacional do Café, atendendo assim a um pedido do governo do país. A retirada, no entanto, entrará em vigor apenas a partir do dia 3 de junho de 2018, segundo estipula regulamento.
José Sette, diretor executivo da OIC, disse em nota lamentar a decisão do governo dos Estados Unidos, mas mantém a confiança de que as relações entre a organização e a comunidade americana continuarão próximas.
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Mercado interno
Segundo informa Carvalhaes, os negócios no mercado físico brasileiro seguem lentos. No entanto, há a expectativa de que nas próximas semanas mais transações sejam registradas diante da proximidade da colheita e a necessidade de caixa de parte dos produtores. As ofertas não evoluíram e os compradores recusaram a maior parte das ofertas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 471,00 e alta de 0,64%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,88% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 465,00 e queda de 0,85%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,27% e saca a R$ 450,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (+2,33%) e Poços de Caldas (MG) (-1,57%), ambas com saca a R$ 440,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) e Espírito Santo do Pinhal, que teve queda de 2,33% e saca a R$ 440,00.
Na segunda-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 424,46 e queda de 0,64%.