Café: Bolsa de Nova York recua mais de 150 pts na sessão desta 2ª feira e maio/18 cai para US$ 1,16/lb
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (02) com queda de mais de 150 pontos e voltaram a ficar abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O mercado externo do grão ainda tem sido pressionado por indicadores técnicos e câmbio, que impacta diretamente nas exportações.
O vencimento maio/18 encerrou o dia cotado a 116,40 cents/lb com desvalorização de 175 pontos, o julho/18 registrou 118,50 cents/lb com recuo de 170 pontos. Já o contrato julho/18 fechou a sessão a 120,70 cents/lb com queda de 165 pontos e o setembro/18, mais distante, encerrou o dia a 124,10 cents/lb e 160 pontos de baixa.
Depois do feriado Good Friday nos Estados Unidos, na sexta-feira (30), as cotações do arábica na ICE voltaram a cair na sessão desta segunda e os principais vencimentos perderam um importante patamar, US$ 1,20/lb. O mercado ainda carece novidades fundamentais e segue influenciado por indicadores técnicos e câmbio.
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 0,38%, cotado a R$ 3,3127 na venda, diante de mais cautela dos investidores com uma eventual guerra comercial entre os Estados Unidos e China e o cenário político local. A divisa mais valorizada ante o real tende a encorajar as exportações da commodity, mas em compensação pressiona os preços externos.
"A semana traz importantes desafios... a única certeza que teremos é a continuidade da 'volatilidade'", escreveu a Correparti Corretora em relatório. As informações são da agência de notícias Reuters.
Indicadores técnicos também seguem impatando o mercado do arábica e os vencimentos mais próximos já trabalhar abaixo do patamar de US$ 1,20/lb. O maio/18, referência de mercado no momento, por exemplo, já está mais próximo de US$ 1,15/lb. Analistas acreditam que ainda não há no curto e médio-prazo informações fundamentais que mudem esse cenário.
"Carente de apoio fundamental, o arábica nova-iorquino fica mais vulnerável às flutuações do dólar e bastante pressionado pelo movimento de aversão ao risco, que toma conta dos mercados globais", disse em coluna semanal o analista Gil Carlos Barabach, da Safras & Mercado. A perspectiva de uma safra maior no Brasil parece já ter sido precificada no terminal externo.
Mercado interno
Os negócios com café seguem acontecendo lentamente nas praças de comercialização do Brasil, mas com a proximidade da colheita da safra 2018/19 o mercado deve ficar mais aquecido. O câmbio também influencia no mercado físico. "Esse quadro influiu com o andamento do mercado físico brasileiro de café. As ofertas não evoluíram e os compradores recusaram a maior parte das ofertas. O volume de negócios fechados foi pequeno", disse em relatório o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 479,00 e queda de 0,42%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,12% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 469,00 e queda de 0,42%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 3,30%.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 447,00 e queda de 0,45%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com desvalorização de 3,37% e saca a R$ 430,00.
Na quinta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 427,18 e queda de 0,41%.