Café: Safras & Mercado estima comercialização 2017/18 do Brasil em 85%
A comercialização da safra de café do Brasil 2017/18 (julho/junho) chegou a 85% até o dia 12 de março. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado. No último mês, a comercialização avançou em sete pontos percentuais.
As vendas estão no mesmo ritmo do ano passado, quando 85% da safra 2016/17 estava comercializada até então. No entanto, a comercialização está à frente da média dos últimos 5 anos, que é de 81% para esta época.
Com isso, já foram comercializadas 43,13 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2017/18 de café brasileira de 50,45 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a comercialização de café andou bem nas últimas semanas. A queda nos preços e a proximidade da safra fez muitos produtores aparecerem no mercado. "A necessidade de caixa ou mesmo a decepção com o mercado ajudou a acelerar as vendas. A sinalização de uma safra recorde no país em 2018 é outro fator que contribuiu para a maior presença de produtores no mercado", aponta.
Ele observa que, em geral, o fluxo de venda segue cadenciado. "Os produtores aproveitam ligeiros repiques de alta do mercado, mesmo que rápidos e pouco intensos, para fechar posição e se proteger de um cenário pouco otimista para os preços", comenta.
No caso do arábica, o produtor vendeu 84% da safra, um percentual abaixo de igual período do ano passado (85%), mas acima da média para o período do ano (81%). O produtor de arábica acelerou as vendas, especialmente das bebidas mais fracas. "O produtor ainda tem optado por segurar um pouco mais os cafés melhores, acreditando em uma eventual puxada nos preços ou mesmo apostando na necessidade isolada de algum comprador mais curto", avalia o consultor.
Já a comercialização de conilon alcança 91% da safra, contra 86% de igual período do ano passado e 82% de média. A proximidade da safra nova, com conilon novo já aparecendo em Rondônia em março, acabou influenciando a decisão de venda. Barabach indica que isso fica mais urgente diante de um cenário de recuperação produtiva e queda no preço, depois de anos de quebra na safra e cotação em alta.