Em cafezais no Noroeste Fluminense, tipo de fusariose se torna problemática

Publicado em 24/01/2018 10:58

Um tipo de fusariose vem atacando o tronco de cafeeiros na região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, trazendo dúvidas aos Técnicos locais, que assistem aos produtores, estes preocupados com a estranha mortalidade de plantas por essa doença em suas lavouras.

Os problemas com a doença ocorrem em cafezais mais velhos e sempre coincidem nas áreas onde se faz a recepa ou, mesmo, decote das plantas, sendo mais grave em áreas onde se faz o segundo ciclo de recepa para recuperação de lavouras. Isto indica que a doença pode estar sendo transmitida pelas ferramentas de poda, ou, então, abrem porta, no tronco, para a entrada do fungo. Ressalta-se que não se tem encontrado a doença em lavouras novas.

Muitas plantas na lavoura começam a apresentar amarelecimento geral da folhagem, se mostrando fracas. Algumas iniciam a brotação pós-recepa e logo os brotos secam e a planta acaba morrendo completamente. Outras chegam a reformar a copa, porem na 1ª ou 2ª safra, em seguida, também amarelecem, secam e morrem, tornando a lavoura muito falhada, em certos casos em 30-40% das plantas originais podadas.

Ao se cortar o tronco pode-se ver no lenho, pouco abaixo da casca, listas de cor vermelho amarronzado, de cima a baixo, indicando sintomas típicos de fusariose. Ao entupir os vasos, ocorre a interrupção de fluxo de seiva para a parte aérea do cafeeiro, que assim fica deficiente e acaba morrendo. Muitas vezes apenas um lado ou certa haste da planta morre enquanto a outra permanece normal, verde. Isto acontece por que a absorção/translocação da seiva no cafeeiro ocorre de forma axial, ou seja, as raízes e os vasos de um lado do tronco suprem apenas aquele lado da planta.

A região Noroeste do RJ possui uma área cafeeira expressiva, de café arábica, em altitudes de 500-800 m, abrangendo, principalmente, 4 municípios -Natividade, Varre-sai, Porciúncula e Bom Jesus do Itabapoana, em zona montanhosa e estrutura de pequenos produtores. O parque cafeeiro local é estimado em cerca de 10  mil há de cafezais e os levantamentos feitos mostram que a doença já atinge em plantas atacadas no meio das lavouras, o correspondente a cerca de 500 há.

J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Miguel A. Engelhardt- e Gustavo P. Polido – Tec Agr Emater-Rio e Humberto S. Veloso- Tec Agr Apoio Agricol e Jose Ferreira- Tec Agr MAPA

Fonte: Procafé

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