Café: Bolsa de Nova York sobe pelo terceiro pregão seguido nesta 2ª em ajustes e sem previsão de chuvas no Brasil

Publicado em 09/10/2017 17:26

Dando continuidade ao processo de ajustes da semana passada e acompanhando o clima, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) subiram mais de 100 pontos na sessão desta segunda-feira (9). Depois de consecutuvas quedas nos últimos dias, os preços externos do grão demonstraram forças e subiram depois de mínimas de três meses, abaixo de US$ 1,25 por libra-peso. Essa é a terceira sessão seguida de alta.

O contrato dezembro/17 fechou o dia cotado a 130,95 cents/lb com alta de 95 pontos, o março/18 registrou 134,60 cents/lb com avanço de 100 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 137,00 cents/lb e valorização de 105 pontos e o julho/18, mais distante, subiu 105 pontos, fechando a 139,35 cents/lb.

Segundo previsões climáticas, os próximos dais devem ser de calor intenso e poucas chuvas nas áreas produtoras do Brasil, com instabilidades apenas no Sul do país que não devem avançar pelo menos até a próxima semana. Os operadores no terminal externo seguem atentos a essas informações, mas o lado técnico está falando mais alto neste momento no mercado externo do grão.

"As chuvas recentes devem promover a floração para a próxima safra. Deve haver precipitação suficiente para criar um novo florescimento na próxima semana, assim alguns envolvidos esperam uma floração muito boa. No entanto, a seca está voltando novamente agora e não há previsões reais de um período mais úmido para a próxima semana. A maioria das áreas deve precisar de algumas chuvas consistentes para manterem o potencial de uma grande safra vivo", disse o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Em reporte feito na sexta-feira à agência de notícias Reuters, a importadora americana Wolthers Douque se mostrou bastante otimista com a produção do Brasil e apontou que a safra 2018/19 de café do país deverá totalizar 59 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e robusta. A poda adequada de lavouras e as condições climáticas ideais foram apontadas como as principais causas para essa previsão. A importadora havia apontado a safra 2017/18 brasileira entre 48 e 49 milhões de sacas.

De acordo com informações reportadas nesta segunda-feira pelo site internacional Agrimoney, os fundos de hedge reduziram suas posições líquidas vendidas no mercado em quase 14 mil lotes uma vez que os medos com a seca diminíram no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. O Rabobank sinalizou recentemente que "o está clima melhorando para as culturas brasileiras e as chuvas ajudaram a promover a floração".

De fato, os primeiros botões florais da safra 2018/19 já começam a ser vistos no cinturão produtivo brasileiro. As primeiras flores, segundo relatos de produtores, devem abrir nos próximos dias. A primeira florada da próxima temporada do grão no Brasil foi registrada nos primeiros dias de setembro, no entanto, há diversas dúvidas quanto ao pegamento.

Leia mais:
» Café: Com chuvas, segunda florada do arábica está pronta para abrir nos próximos dias

Mercado interno

Poucos negócios seguem sendo registrados nas praças de comercialização do Brasil, mesmo diante dos avanços externos. Os preços do café no mercado físico brasileiro ficaram fragilizados nos últimos dias com as quedas externas por conta das melhores condições climáticas para as lavouras no Brasil, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). No entanto, com o avanço de hoje, os preços subiram em algumas localidades. 

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 510,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,13% e saca a R$ 480,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Franca (SP) (+2,17%), ambas com saca a R$ 470,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 3,37% e saca cotada a R$ 460,00.

Na sexta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 448,55 e alta de 1,83%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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