Consumo de cafés especiais cresce e gera demanda por mão de obra especializada no mercado

Publicado em 06/10/2017 09:34
Profissão de barista ganha foco com segmento em ascensão

O paladar do brasileiro para o consumo de cafés premium tem se tornado cada vez mais apurado e eles não estão dispostos a abrir mão do sabor diferenciado dos grãos especiais. Enquanto o café tradicional tem crescido cerca de 2% ao ano, os cafés gourmet crescem em média 13%. Dados da Nielsen, empresa germânico-americana focada em pesquisas de mercado, apontam que os cafés com custo superior a R$12,00 nas embalagens de 500 gramas tiveram um crescimento ainda maior, cerca de 31,1% entre os anos de 2015 e 2016.

Em Belo Horizonte, o cenário não é diferente e o projeto Café da Semana é a confirmação de que o segmento está em franca ascensão. Até 28 de outubro, a cidade sedia um roteiro de 19 estabelecimentos, que oferecem os melhores cafés especiais de diferentes regiões do estado. O circuito faz parte da programação da Semana Internacional do Café, que será realizada entre os dias 25 e 27 de outubro, no Expominas. “Começamos a primeira edição com oito casas e três anos depois já somos 19, não somente de cafeterias como de outros setores que optaram por investir nos cafés especiais”, explica Felipe Brazza, idealizador da Liga dos Baristas e dono do Café das Amoras.

A Lullo Gelato, participante do circuito, foi uma das casas que percebeu a força dos cafés especiais na hora de diversificar seu mix de produtos e oferecer uma experiência mais completa para o seu cliente. Além das 25 opções do mais puro gelato italiano, desde maio deste ano, a gelateria passou a oferecer também uma carta com 10 rótulos de cafés especiais. “Queremos trazer uma experiência única aos clientes, além de um mix de produtos variado, que consegue agradar a todos; por isso, além do gelato feito diariamente, trouxemos opções muito saborosas e inusitadas cafés artesanais”, afirma Cristiane Temporão, sócia da Lullo. 

Para Julia Fortini, sócia da Academia do Café, as pessoas têm buscado mais qualidade e rastreabilidade no café. “O café especial, além de ter uma qualidade superior, busca entender e passar ao cliente final informações sobre toda a cadeia produtiva do café, a história do produtor, o processo de secagem, colheita e região. As pessoas estão vendo esse movimento e notando as diversas possibilidades e oportunidades que o café traz, e, consequentemente, estão apostando no mercado de cafés especiais, seja abrindo cafeterias ou torrefações, por exemplo”. 

Oportunidade de mercado

Com um mercado tão aquecido é natural que a busca por profissionais qualificados cresça também. O barista, profissional especializado em cafés diferenciados, seja na extração do espresso, seja no trato dos mais variados cafés coados e suas inúmeras receitas, tem se tornado cada vez mais requisitado. “Barista não é somente a pessoa que faz o café, ele deve entender sobre toda a cadeia produtiva, desde a produção até a xícara. É um profissional extremamente importante para o café especial, pois é quem faz a ligação do produtor do café com o cliente final, precisa compreender a cadeia para passar toda essa informação ao público”, explica Fortini.

A oferta de cursos de especialização tem seguido a mesma curva de crescimento. “Como estamos falando de um segmento mais especializado, as pessoas não tem a dimensão da oportunidade que ele tem oferecido. Recebemos demandas quase diárias e treinamos constantemente profissionais que são rapidamente absorvidos pelo mercado. Com dois cursos rápidos, de oito e dezesseis horas, o participante já está apto a se inserir no mercado de trabalho. Depois é a prática e a vivência na lida com o café que vai torná-lo um verdadeiro expert”, explica Brazza.  Já a Academia do Café oferece cursos com certificação internacional da Specialty Coffee Association (SCA), ministrados em três níveis – fundação (mensal), intermediário (de dois em dois meses) e avançado (agendado sob demanda). O investimento inicial para o curso básico gira em torno de R$900,00 e a média salarial no primeiro ano pode chegar a R$2.200,00.

Seja para degustar um café especial ou saber mais sobre a profissão, a rota do Café da Semana é a melhor pedida do mês de outubro. O roteiro completo pode ser conferido em: semanainternacionaldocafe.com.br.

Fonte: Asscom SIC

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