Café: Bolsa de Nova York cai quase 300 pts na sessão desta 2ª feira e fica mais distante de US$ 1,40/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (25) com queda próxima de 300 pontos e os principais vencimentos ficaram mais distantes do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. O mercado passa por ajustes técnicos ante as recentes altas, mas também acompanha a previsão de melhores condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil.
O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 131,55 cents/lb com queda de 290 pontos, o março/18 registrou 135,15 cents/lb com recuo de 295 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 137,55 cents/lb e desvalorização de 190 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 290 pontos, fechando a 139,80 cents/lb. Essa é a terceira sessão seguida de baixa no mercado.
Para o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, o clima e a condição das lavouras brasileiras são fatores muito importante para o mercado no momento. "A florada precoce foi relatada no Brasil devido às chuvas, mas as plantações voltaram a secar. Alguns produtores estão preocupados que as chuvas possam induzir a floração prematura e essas flores caírem, o que prejudica o potencial de produção global", disse em relatório.
Mapas climáticos apontam que chuvas isoladas podem ocorrer durante a semana nas áreas produtoras de café do Brasil. No entanto, estações meteorológicas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e IAC (Instituto Agronômico de Campinas) ainda não registraram acumulado nos últimos dias. Acumulados mais expressivos começam a ser vistos a partir de sexta-feira (29).
"O nível de confiança cresce a cada dia com a perspectiva que a chuva chegará", disse um negociante à agência de notícias Reuters. Os fundos também têm atuado no mercado diante das mudanças recentes na trajetória das cotações da variedade.
Bem mais otimistas do que agora, analistas internacionais chegaram a afirmar nas últimas semanas que a safra do próximo ano do Brasil poderia chegar a 60 milhões de sacas entre arábica e robusta. No entanto, diante das condições climáticas recentes, com baixos volumes de chuva e temperaturas elevadas, boa parte das lavouras estão em intensa desfolha.
Mercado interno
O mercado interno brasileiro segue com negócios isolados. Nem as altas recentes nas cotações externas da variedade tiveram força para mudarem o cenário nas praças de comercialização do Brasil. O Indicador Cepea chegou a cair quase R$ 10 por saca na última semana, contribuindo para a morosidade nas transações.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 510,00 e queda de 1,92%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,98% e saca a R$ 495,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,06% e saca R$ 475,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 2,20% e saca a R$ 445,00.
Na sexta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 459,69 e queda de 0,08%.