Café: Mercado em NY cai mais de 200 pts nesta 5ª e completa quarta sessão seguida de baixa

Publicado em 17/08/2017 18:02

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a recuar nesta quinta-feira (17), estendendo as perdas da véspera. Os operadores no terminal externo acompanham atentamente as informações sobre as chuvas no Brasil, o que poderia favorecer a produção na safra 2018/19. Além disso, movimentações técnicas voltaram a ser vistas no terminal e analistas ressaltam ainda que a demanda está complicada.

O contrato setembro/17 fechou a sessão cotado a 128,45 cents/lb com queda de 250 pontos, o dezembro/17, referência de mercado, caiu 245 pontos, a 132,05 cents/lb. Já o contrato março/18 teve baixa de 250 pontos e encerrou o dia negociado a 135,60 cents/lb e o maio/18 recuou 250 pontos e estava cotado a 137,90 cents/lb. O mercado testa os patamares mais baixos desde julho.

Com essa queda, o mercado do arábica completa a quarta queda consecutiva e se afasta do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. "Os preços do café arábica voltaram a fechar em baixa na Bolsa de Nova York. Mesmo em um mercado sobrevendido as cotações não encontraram suporte para conter a queda, a cotação para vencimento setembro 2017 fechou a 128,45 cents/lb com baixa de 250 pontos", disse o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

O mercado do arábica também se acomoda tecnicamente ante as altas nas últimas semanas e, em menor intensidade, também repercute a demanda física. "A demanda tem sido terrível", disse o vice-presidente e analista da Price Futures Group, Jack Scoville. O Brasil teve exportações extremamente baixas em julho e os operadores sempre acompanham essas informações.

"As exportações brasileiras de julho totalizaram apenas 1,751,804 sacas, o menor nível desde fevereiro de 2004 e curiosamente os estoques no destino teimam em não cair – há um 'atraso' na resposta, natural", disse em relatório no início da semana o analista de mercado Rodrigo Costa.

Além disso, o terminal externo também acompanha atentamente as informações sobre chuvas no cinturão produtivo do Brasil. A percepção é de que elas podem contribuir para a próxima temporada. "A safra 2018/19, em particular, pode se beneficiar das chuvas, e, de qualquer forma, será um ano de alto rendimento no ciclo de bienalidade", disse o Commerzbank em nota de mercado. As informações são da agência de notícias Reuters.

Mapas climáticos apontam que os próximos dias serão de chuvas nos principais estados produtores, com acumulados de até 60 milímetros em áreas do Paraná, São Paulo e Sul de Minas Gerais.

A OIC (Organização Internacional do Café) elevou sua projeção de produção global na safra 2016/17 para um recorde de 153,9 milhões de sacas de 60 kg, ante expectativa de 151,6 milhões. "Isso se deve principalmente a um aumento na produção da Indonésia, revisada de 10 milhões de sacas para 11,5 milhões, e uma revisão significativa para o Peru para 4,2 milhões de sacas", informou a OIC em relatório mensal.

Leia mais:
» OIC eleva previsão de safra mundial de café 2016/17 para 153,9 milhões de sacas

Mercado interno

O mercado do café arábica teve uma reação nos preços nos últimos dias. No entanto, os negócios seguem ocorrendo lentamente. "Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da forte retração de produtores, que estão concentrados nas entregas futuras, e da expectativa de que a safra de arábica 2017/18 seja menor que a esperada, por conta de problemas de padrão (menor peneira) e de produtividade (como a broca)", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 1,00% e saca a R$ 495,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-4,08%) e Poços de Caldas (MG) (estável), ambas com saca a R$ 470,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP).

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 465,00 - estável. A Média Rio Grande do Sul teve a maior oscilação no dia com queda de 4,26% e saca a R$ 450,00.

Na quarta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,78 e queda de 0,76%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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