Analista vê sinais de potencial ajuste para baixo na previsão de safra de café em MG

Publicado em 10/08/2017 13:37

SÃO PAULO (Reuters) - Produtores de café arábica no principal Estado cafeeiro do Brasil, Minas Gerais, seguem preocupados com a colheita de grãos miúdos e com o ataque do inseto conhecido como broca em algumas regiões, o que pode resultar em uma safra menor do que a esperada inicialmente, afirmou nesta quinta-feira o analista da consultoria Safras & Mercado, Gil Barabach.

"As informações ainda estão um pouco desencontradas, mas as primeiras ideias dão conta de um potencial ajuste para baixo na safra no Sul e Cerrado de Minas, principalmente, tomando como base as projeções do começo da safra, que já contemplavam uma baixa por bienalidade", disse ele em nota.

Operadores do mercado têm reportado entregas abaixo do esperado de grãos de alta qualidade, apontando fatores como clima adverso, a infestação por broca e vendas mais lentas de produtores.

De outro lado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elevou nesta quinta-feira em 1,5 por cento sua projeção para a safra brasileira de café deste ano, devido a melhores perspectivas para São Paulo e Espírito Santo.

A Safras, por sua vez, está mantendo a sua estimativa de produção de café do Brasil em 51,1 milhões de sacas de 60 quilos, e projetou que o país havia colhido 43,92 milhões de sacas até o dia 8, ou 86 por cento do total, avanço de seis pontos percentuais ante a semana anterior, com o tempo seco favorecendo os trabalhos.

Em igual período do ano passado, a colheita estava em 81 por cento, mesmo patamar da média dos últimos cinco anos.

A colheita de arábica avançou 8 pontos percentuais na semana e alcança 82 por cento da safra, enquanto a de robusta (conilon) chegou à reta final, com 99 por cento do total colhido. Nessa mesma época do ano passado, a colheita dessa variedade já havia sido finalizada.

VENDAS

A comercialização da safra atual (julho de 2017/junho de 2018) avançou oito pontos percentuais no último mês, atingindo 34 por cento da safra até o dia 8 de agosto, segundo a consultoria.

As vendas estão atrasadas em relação ao ano passado, quando 37 por cento da produção em 2016/17 estava comercializada até então. A comercialização está à frente da média dos últimos cinco anos, de 32 por cento.

De acordo com a Safras, já foram comercializadas 17,13 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de uma safra 2017/18 de 51,1 milhões de sacas.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

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